Guia da linguagem corporal: Melhorando nossa expressão

Linguagem corporal: gestos com as mãos
Compreender a linguagem corporal é uma verdadeira mão na roda para investigadores, advogados e todas que desejam se comunicar melhor. Veja!

Superar o medo de falar em público, ter autoconfiança suficiente para que nada saia errado e passar impressões corretas e positivas em sua apresentação no exame oral estão entre as principais dificuldades dos concurseiros em geral. 

Afinal, trata-se de uma etapa muito importante para quem procura ingressar na carreira jurídica. Por isso, relaxe, confira dicas valiosas e aprenda a transmitir sentimentos e intenções de forma natural e cuidadosa para que nada seja interpretado erroneamente.

Para além disso, o conhecimento sobre linguagem corporal pode lhe ajudar a interpretar melhor as situações e as intenções de seus interlocutores.

Ao final dessa leitura você entenderá melhor o que é a linguagem corporal, qual a sua importância no cotidiano e no mundo jurídico, bem como verá dicas práticas para interpretar os seus próprios gestos e os gestos dos outros.

O que é a linguagem corporal

A linguagem corporal é a comunicação desenvolvida por nosso corpo, relacionada à maneira como ele se expressa.

A linguagem corporal se dá por meio de gestos, expressões faciais, olhares, posturas e outros movimentos. Por serem mais espontâneos que a linguagem verbal, são um importante complemento na interpretação daquilo que é dito.

A linguagem não verbal expressa, em muitos momentos, os impulsos inconscientes do interlocutor. Assim, demonstram aquilo que tenta ser obscurecido.

A linguagem não verbal, assim como a verbal, organiza-se de forma padronizada nas sociedades humanas. Dessa forma, todos nós possuímos a capacidade de interpretá-la, ainda que, também, no nível inconsciente. Todavia, muitos dos signos dessa linguagem são subjetivos, o que dificulta a decodificação generalizada.

A importância da linguagem corporal

O denominado estudo de Mehrabian, realizado no fim dos anos 60, demonstrou como as pessoas se utilizam dos diferentes recursos comunicacionais para interpretar uma mensagem.

A pesquisa apontou que em somente 7% das vezes as pessoas se utilizaram das palavras expressas, contra 38% em que privilegiaram a análise do tom de voz utilizado e 55% em que utilizaram as pistas visuais, ou seja, a linguagem corporal para interpretar a mensagem.

A partir disso, teorizou-se sobre “a mensagem silenciosa”. Concluindo que nos momentos em que as palavras e as mensagens não-verbais apresentam-se de maneira conflituosa, as pessoas tendem a crer nas mensagens não-verbais.

O antropólogo Ray Birdwhistell (1918-1994), por sua vez, apontou que a comunicação social é feita predominantemente de modo não verbal. Seus estudos apontaram que menos de 35% do conteúdo social das conversas é transmitido por palavras, enquanto o restante, cerca de 65%, é feito de maneira não verbal.

Dessa forma, a linguagem corporal se apresenta como um importante instrumento para analisar expressões de nossos interlocutores, mas, também, um instrumento essencial para desenvolver o nosso autoconhecimento.

A partir desses resultados podemos entender como em alguns momentos de nossas vidas percebemos como algumas mensagens, embora tentem expressar, pelas palavras, um significado, acabam por indicar algo conflitante a isso. Assim, se alguém nos diz que não está com raiva, mas demonstra, por meio do tom de voz e dos gestos, o contrário, logo percebemos a realidade sobre a situação.

 Leia também: Desvendando os segredos para uma oratória perfeita

A linguagem corporal no mundo jurídico

No mundo jurídico a linguagem corporal é extremamente importante. Por exemplo, no Processo Penal que é, basicamente, a busca pela verdade aproximada de determinado fato passado, podemos notar em depoimentos como o tom de voz e a linguagem corporal expressam aquilo que a linguagem oral tenta obscurecer.

Os profissionais do Direito, habituados nessa busca pela verdade, desenvolvem naturalmente a capacidade de interpretar os diferentes sinais emitidos. É notório que muitos destes profissionais se especializam nessa seara para utilizar os conhecimentos obtidos nas investigações.

O mesmo acontece em apresentações, sustentações ou arguições orais. O nervosismo inerente à situação, que afeta a todos, pode influenciar na maneira como a pessoa é vista e sua fala avaliada.

O nervosismo expressado em sinais corporais como o tremor das mãos, o rosto vermelho e fala acelerada é uma reação normal do corpo que é colocado em uma situação de estresse.

A resposta do corpo é uma tentativa de restabelecer a normalidade. É uma reação primitiva do corpo humano, acostumado a reagir fisicamente, seja fugindo, ou seja entrando em luta corporal, nas situações de perigo.

Interessante destacar, neste ponto, que estudos têm demonstrado como a linguagem corporal possui um efeito reflexivo. Ou seja, não somente as nossas emoções regem a nossa linguagem corporal, mas, por outro lado, a nossa linguagem corporal é capaz de alterar o nosso ânimo.

Dessa maneira, uma primeira dica importante a todos que devem passar por testes estressantes em apresentações é vigiar a própria postura, pois ela é capaz de nos dar mais confiança. Antes dessas apresentações, é benéfico que o candidato não assuma uma postura retraída, com os braços cruzados, por exemplo, pois isso pode gerar um ciclo e impedir a superação do nervosismo.

Série sobre linguagem corporal

Você gosta deste assunto? Então que tal conferir a série Lie to Me?

Seu enredo gira em torno da linguagem corporal, especificamente da leitura das microexpressões faciais para detecção de fraudes e mentiras. A série baseia-se em Paul Ekman, notável psicólogo e pioneiro em estudos sobre linguagem corporal e expressões faciais.

Linguagem corporal: Série Lie to Me
Imagem da série de televisão produzida nos Estados Unidos, pela FOX

As microexpressões faciais

Importante segmento da linguagem corporal, as microexpressões faciais foram definidas a partir dos estudos do psicólogo Paul Ekman. A partir de uma pesquisa realizada com indivíduos de uma tribo na Papua Nova Guiné, Paul chegou à conclusão de que algumas expressões faciais são básicas ou biologicamente universais na espécie humana. São elas:

·         Alegria

·         Raiva

·         Medo

·         Nojo

·         Surpresa

·         Tristeza

Em estudos posteriores, ele foi capaz de incluir uma gama mais ampla de emoções humanas, fazendo constar nestas: alívio; vergonha; complacência; culpa; diversão; desprezo; entusiasmo; felicidade; raiva; medo; tristeza; orgulho ou arrogância; prazer; repugnância; satisfação e; surpresa.

Linguagem corporal: Série Lie to Me
Imagem do ator Tim Roth, o protagonista da série Lie to Me, em uma pequena amostra de como seriam identificadas os sentimentos a partir das microexpressões de uma pessoa. Fonte da Imagem: http://bestofger.blogspot.com/

A seguir, destacaremos algumas das expressões corporais que podem ser de grande importância para aqueles que passarão por apresentações.

Gestos de linguagem corporal para evitar

Braços cruzados 

Manter os braços cruzados em uma apresentação ou conversa demonstra, em sua linguagem corporal, que a pessoa está na defensiva.

Além disso, cruzar os braços, principalmente enquanto ouve, pode demonstrar que você discorda do que está ouvindo, mesmo que diga outra coisa por meio de palavras. Fique atento e mantenha uma postura mais relaxada para não cair na constante defensiva.

Roer as unhas 

Gesto bem comum praticado por quem está um pouco nervoso ou ansioso, o roer as unhas demonstra também insegurança e estresse.

Além disso, é preciso tomar bastante cuidado com ele: como se trata de um costume praticado corriqueiramente, este gesto pode ser feito sem que você nem perceba caso já tenha a mania adquirida.

Tocar o nariz

Tocar ou mesmo esfregar as mãos no nariz durante uma conversa pode apontar sua descrença, sentimentos de rejeição ou até que você está mentindo sobre algo que queira esconder. Por isso, muito cuidado com esse gesto que, muitas vezes, também é feito sem ao menos ser percebido por você. 

Bloquear os tornozelos 

Gesto simples e também muito corriqueiro, o ato de bloquear os tornozelos (sentado ou em pé) aponta que você está apreensivo e nervoso. Por isso, procure relaxar nos momentos de explanação e apresentação.

Puxar a orelha

Quando você puxa o lóbulo da orelha para baixo, demonstra a quem o está ouvindo que está tentando tomar alguma decisão, mas que ainda tem dúvidas. 

Essa atitude, em um exame oral, é aniquiladora. Por isso, preste atenção e procure ficar confiante naquilo que estudou e está apresentando.

Manter a cabeça baixa

Este gesto pode indicar uma série de situações: que você está escondendo algo; que está muito tímido ou com vergonha; que não tem certeza daquilo que está dizendo; ou até mesmo que gostaria de manter distância de outra pessoa.

A linguagem corporal que demonstram confiança

Juntar as pontas dos dedos

Especialistas em comportamento apontam que juntar as pontas dos dedos das duas mãos demonstra controle ou autoridade.

Esse, inclusive, costuma ser o gesto mais comum entre os gestores e algumas autoridades para apontar o quanto estão no controle da situação proposta. 

Postura ereta

Manter a postura ereta é um dos principais sinais de autoconfiança. Afinal, se portando assim, você mostra a quem o está escutando que tem total domínio sobre determinado assunto e situação. Por isso, procure acreditar naquilo que estudou e também no quanto se preparou para o exame a mantenha-se ereto!

Tom de voz

O tom de voz é um grande influenciador na interpretação das mensagens. O tom de voz é analisado por uma série de critérios, de maneira consciente e inconsciente. A mensagem se integra ao tom de voz para transmitir seu sentido, por meio da clareza, do timbre, da intensidade do som e a velocidade da dicção.

Quando seu tom de voz está em tom crescente, uma boa dose de segurança está presente em sua fala. No entanto, ao ter sua voz com inflexões decrescentes, quem receber sua mensagem notará a insegurança naquilo que é dito.

O volume da voz é um importante indicativo sobre o estado de espírito. 

  • O tom de voz baixo pode indicar inexperiência, repressão ou timidez.
  • O tom de voz alto, por sua vez, pode indicar uma falta de paciência e egocentrismo
  • O tom de voz médio expressa as ideias de autocontrole e capacidade de ouvir.

Velocidade da fala

Referente à voz, além do tom usado é importante atentar para a velocidade em que você fala. Por isso, se o seu discurso estiver rápido demais, o que o receptor de sua mensagem vai perceber logo de saída é que você está desorganizado e inseguro com aquela experiência. 

Em contrapartida, falar em ritmo muito lento aponta que você não está preparado para explicar ou apresentar o conteúdo em questão. Pode, também, ser um indicativo de falta de interesse. O que, por vezes, pode ocasionar na perda de interesse por parte do ouvinte.

O melhor caminho é o da fala em ritmo médio. Assim, expressa segurança, demonstra que você sabe o que quer dizer e pode fazer isso com tranquilidade.

Movimento dos olhos

O movimento dos olhos normalmente é um claro indicativo da atividade neural do indivíduo. As pessoas buscam compor no próprio cérebro a imagem que recebe. Com o movimento dos olhos, ativamos regiões cerebrais específicas.

Estudos apontam o que podem significar os movimentos oculares.

Destaca-se, novamente, a ressalva de que por vezes os gestos são muito pessoais, justamente por não ser alvo constante das convenções sociais.

·         Olhar para cima à esquerda: normalmente, é indicativo de que a pessoa se esforça para fazer um resgate de imagens contidas na memória;

·         Olhar para baixo à esquerda: essa direção, costumeiramente, aponta um reavivamento de sentimentos. A lembrança de episódios ocorridos no passado;

·         Olhar para o lado esquerdo: o olhar apontado para essa direção costuma ser um estímulo ao cérebro para lembrar de músicas ou sons que ouvimos no passado;

·         Olhar para cima à direita: habitualmente, esse movimento ocular é um indicativo de que está ativando o cérebro para criar imagens;

·         Olhar para baixo à direita: esta direção de olhar é associada aos sentidos auto corporais;

·         Olhar para o lado direito: normalmente, é um indicativo de uma tentativa de criação de sons;

Como é possível perceber, os olhares voltados para o lado esquerdo são mais associados com a memória. Os olhares voltados para o lado direito, por sua vez, associam-se com a criatividade.

Em razão disso, quando uma pessoa narra um evento do passado, o fato de olhar para o lado esquerdo pode ser um indicativo de que ela busca em sua memória o relato sobre aquele evento. Enquanto, o olhar para o lado direito pode estar associado à uma tentativa de criação de um relato fantasioso.

Todavia, além da ressalva mencionada anteriormente, o estudo do movimento dos olhos pode ser influenciado pelo fato de a pessoa ser canhota ou destra.

Contato visual

O contato visual é um importante termômetro do nível de autoconfiança e da confiabilidade transmitida por alguém.

O contato visual não pode ser evitado. Regra que é, especialmente, difícil quando estamos em uma situação estressante. O desvio de olhar costuma indicar pouca confiança, timidez e insegurança. Lado outro, olhar diretamente nos olhos da outra pessoa pode ser uma importante sinalização de confiança.

Em entrevistas ou arguições orais, o ato de olhar diretamente para os olhos da outra pessoa pode gerar o desejável efeito de empatia.

Além disso, o desvio de olhar, também, é normalmente associado à mentira.

Deve ser pontuado, no entanto, que a troca de olhares muito direta e incessante gera desconforto em quase todas as pessoas. Por isso, ainda que seja benéfica a atitude, ela deve ser utilizada com moderação.

Linguagem corporal aplicada: A técnica do espelhamento

Como já mencionamos, o estudo da linguagem corporal possui um componente reflexivo. Ou seja, aquilo que pensamos e sentimos se expressa no corpo, da mesma forma que aquilo que expressamos no corpo reflete no que pensamos e sentimos.

A vida em sociedade exige dos seres humanos que gerem vínculos intersociais. Vivenciamos essa realidade a todo o tempo. Por isso, cultivar a empatia e a simpatia das pessoas com quem interagimos é essencial para obter sucesso nos diferentes desafios vivenciados.

Isso se aplica em uma sustentação oral, em uma entrevista de emprego e até mesmo em conversas casuais. As decisões das pessoas são permeadas por elementos inconscientes, que, por muitas vezes, permanecem ocultos. Não há dúvida que tendemos a favorecer pessoas ou grupos pelos quais nutrimos simpatia.

É perceptível que a simpatia é mais facilmente construída com aquilo que estamos acostumados. Com aquilo que parece conosco. Um exemplo simples para comprovar esse ponto são as convicções políticas. Não parece mais fácil escutar alguém que defende os mesmos pontos que a gente?

Nesse sentido surge a técnica do espelhamento.

O espelhamento consiste em expressões similares entre pessoas que se comunicam. Ela pode ocorrer na postura, na expressão facial, na forma de falar, no tom de voz e até nas palavras escolhidas.

O espelhamento costuma ocorrer naturalmente. Ou seja, pessoas que possuem vínculos estreitos tendem a reproduzir expressões equivalentes. Podemos notar isso em casais, amigos muito próximos ou familiares.

De todo modo, o espelhamento pode ser utilizado como uma técnica. Pode ser feito de maneira artificial.

Quando nos comunicamos com alguém cujo apreço pretendemos conquistar podemos buscar espelhar o seu comportamento. Isso pode ser feito por meio da postura corporal, por exemplo, a forma como a pessoa se senta, se ela cruza as pernas ao sentar-se, podemos buscar cruzar as pernas no mesmo sentido.

Também podemos observar sua forma de falar, o tom de voz imposto, os vícios de linguagem, para buscar imprimir alguma similaridade na nossa própria forma de comunicar.

É mais fácil confiar em alguém que reflete a nossa própria personalidade. Os comportamentos similares tendem a encorajar a aproximação entre pessoas.

Entretanto, evidentemente, a utilização dessa técnica exige cuidados. Como o espelhamento acaba ocorrendo naturalmente entre pessoas que sentem uma empatia recíproca, a artificialidade de movimentos muito afoitos ou exagerados pode fazer com que a tentativa fique muito explícita e, assim, o interlocutor pode se sentir desconfortável, ou mesmo perceber estranheza em sua atitude.

Como ler a linguagem corporal das pessoas?

Como visto, a linguagem corporal é parte importante da comunicação humana. Ela é a responsável pela composição dos sentidos das palavras, mas não somente isso. Quando as duas se contrapõem, tendemos a dar maior credibilidade àquilo que vemos, sentimos e à forma como é dito do que ao conteúdo propriamente dito.

Dessa forma, todos possuímos os recursos para uma boa interpretação da linguagem corporal. O estudo, contudo, conduz a um aprimoramento dessa habilidade e a uma racionalização daquilo que já sentimos em nosso íntimo.

A seguir destacaremos alguns sinais que podem ser úteis na interpretação da linguagem corporal de nossos interlocutores ou ouvintes.

Dentre esses sinais, podemos mencionar:

Sinais de raiva ou de ameaça

A raiva pode ser percebida pela expressão facial da pessoa. O sentimento de raiva, costumeiramente, é expresso com a contração das sobrancelhas, que formam um V.

Os olhos de uma pessoa com raiva podem ficar arregalados.

Quando os braços são cruzados de maneira firme indicam irritação.

Sinais de ansiedade

A ansiedade pode ser percebida pelos movimentos inquietos das mãos e dos pés. Isso pode ser um bom sinal de que talvez nosso interlocutor aguarde com ansiedade o momento em que paremos de falar para que ele possa falar.

Um balançar de pernas muito rápido ou um rápido movimento de dedos batendo na mesa podem ser sinais dessa impaciência.

Pessoas que convivem habitualmente com a ansiedade costumam desenvolver esses movimentos como um padrão.

As pessoas, quando estão ansiosas, podem piscar mais, aumentar os movimentos dos lábios e dos olhos.

O sorriso genuíno

O sorriso, quando verdadeiro, tende a movimentar, junto com os lábios, a pele ao redor dos olhos. Os músculos faciais se contraem ao redor do olho, gerando a ruga popularmente conhecida como pé de galinha.

Os sinais de desconforto

Como apontamos anteriormente, quando estamos em situações de constrangimento, o corpo demonstra por meio de alguns sinais.

Quando esses sinais são apresentados por nosso interlocutor, é um importante sinal para que tentemos deixar a situação mais confortável para aquela pessoa.

Alguns desses sinais são o desvio do olhar, a fala entrecortada, manter a cabeça baixa ou roer as unhas.

Os sinais pacificadores

Geralmente, quando passamos por situações estressantes, na sequência nosso corpo realiza atos denominados na literatura especializada de comportamentos pacificadores ou adaptadores. Eles são como um auto afago. Uma tentativa de tranquilizarmos a nós mesmos após a superação daquele momento tenso.

Os gestos pacificadores são importantes chaves de interpretação na linguagem corporal de nossos interlocutores. Por meio deles podemos destacar em um diálogo momentos em que uma pessoa se estressa. Isso pode ocorrer em razão da busca por esconder alguma informação ou simplesmente em razão da introdução de assuntos que deixam a pessoa desconfortável.

Destacamos alguns desses gestos pacificadores:

·         Mexer no cabelo

·         Tocar/acariciar o pescoço;

·         Acariciar o rosto;

·         Passar a língua nos lábios;

·         Aumentar a frequência no consumo de cigarro, quando se trata de um fumante;

Esses gestos possuem a função de tranquilizar a pessoa que o faz, com a liberação de endorfina.

O toque pacificador no rosto pode ser observado em movimentos como coçar a testa, massagear o lóbulo da orelha, massagear a barba ou o queixo.

Outro gesto que é costumeiro na tentativa de acalmar-se é a limpeza da roupa. O movimento pode ser observado como uma mão esfregando sobre a manga da blusa, ou sobre o joelho, aparentando limpar algo.

A partir deste levantamento, para a correta leitura desses gestos, é importante observar se nossos interlocutores apresentam algum padrão de comportamento. 

Assim, se uma pessoa acaricia a barba frequentemente, sempre após o levantamento de algum tópico específico, devemos nos atentar, pois isso pode significar a apresentação de um sinal pacificador.

Sem dúvida, esse conhecimento é de grande valia nos processos judiciais e nas negociações. Nestes cenários, a obtenção de informações é essencial para a obtenção de um resultado vantajoso. Assim, ao fazer uma correta leitura sobre situações em que a parte contrária demonstra certa ansiedade pode ser um indício de algo que podemos explorar.

O outro lado do espelho

No tópico em que abordamos a técnica do espelhamento, abordamos alguns pontos que podem ser utilizados para buscar criar uma conexão com o nosso interlocutor. No entanto, como frisamos, o espelhamento é algo que surge naturalmente quando as pessoas simpatizam conosco.

Deste modo, analisar se o seu discurso ecoa em seu interlocutor é um indicativo importante de que essa pessoa se sente conectada com você. Para analisar esse aspecto, note se as palavras que você utiliza naturalmente são reproduzidas por seu interlocutor, se o tom e a velocidade de sua fala são igualmente utilizados por ele. Se a posição em que está sentado é a mesma posição assumida por ele.

Basicamente, analise se você está sendo naturalmente “imitado”.

Cuidado com o viés na interpretação

Alguns aspectos podem ser destacados a fim de evitar uma interpretação equivocada da linguagem corporal das pessoas.

Para visualizar o que destoa na linguagem corporal de uma pessoa, é importante visualizar como essa pessoa age normalmente. A partir disso é possível constatar o que de fato está em dissonância.

É importante que se procure ações conjuntas e não isoladas. Para constatar o significado de determinado gesto é essencial analisar como se dá a expressão da pessoa em termos gerais.

Analise o contexto. A situação na qual se insere o diálogo gera que tipo de reação nas pessoas?

Ou seja, reflita se a conduta apresentada por determinada pessoa seria esperada naquele tipo de contexto ou se algo de específico é expresso.

Conclusão

Ao longo desse texto procuramos explorar um pouco o universo da linguagem corporal. O conhecimento para interpretar a linguagem corporal é de grande valia em diversas situações de nossas vidas.

Isso se aplica, principalmente, na atuação jurídica. A linguagem corporal é um instrumento que, sem dúvida, pode auxiliar um candidato que precisa superar uma arguição oral.

Pode auxiliar um advogado que busca informações na defesa de um cliente, em uma negociação, ou na hora de uma sustentação oral. Auxilia, também, delegados, membros do Ministério Público ou magistrados na busca pela verdade, em investigações policiais ou processos judiciais.

Caso você tenha se interessado pelo assunto e procure aprender mais, que tal colocar em prática o conhecimento adquirido e analisar, em vídeos na internet ou mesmo em conversas casuais que tenha com amigos ou familiares, a linguagem corporal das pessoas?

Agora você tem tudo para se tornar um especialista nessa análise.

Esperamos que tenha gostado da leitura sobre a linguagem corporal; Que tal aproveitar e conferir também como não esquecer?

Artigos Relacionados

Navegue por categoria