Como não esquecer o que estudei? Confira 18 segredos de memorização!

Como não esquecer: mulher esquecida

Você sabia que esquecemos quase 70% do que aprendemos num prazo de 24 horas, caso nada seja feito para assimilação e retenção das informações novas? A perda vertiginosa foi constatada pelo psicólogo alemão Hermann Ebbinghaus.

Sendo assim, como não esquecer o que estudamos? De fato, essa estatística pode ser reduzida com o uso de técnicas simples que ajudam a memorizar conteúdos e a diminuir a frustração nos dias de prova, quando muitos estudantes dizem a célebre frase “deu branco”.

Ebbinghaus é considerado o pioneiro em estudos sistematizados sobre o aprendizado e a memória. Suas pesquisas revelaram que a memorização é mais eficiente quando as revisões acontecem logo após o recebimento de informações novas, seja por meio de aulas presenciais, online, leitura de livros ou outros métodos.

Em seu experimento da “Curva do Esquecimento”, o psicólogo mostra que os estudantes começam a se esquecer do que aprendem logo nas primeiras horas após uma aula. Além da falta de revisão dos temas, contribuem para esse problema os fatores: cansaço dos alunos durante as aulas, falta de interesse pela matéria, dificuldade de assimilação e forma de apresentação dos conteúdos.

De acordo com Ebbinghaus, depois de nove horas do aprendizado, 60% do conteúdo deixa de ser lembrado porque nada foi feito para retenção. Após 24 horas, esse índice é de aproximadamente dois terços, o equivalente a 66,6%.

Nesse post, detalhamos os aspectos teóricos por trás da memória. Listamos, também, 18 dicas para você não esquecer o que estuda. Confira abaixo!

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Como funciona a nossa memória?

Nossa memória pode ser dividida em duas categorias:

  1. Memória de curto prazo;
  2. Memória de longo prazo.

A seguir, entenda como funciona a memorização:

1. Memória de curto prazo

A memória de curto prazo se caracteriza por comportar uma baixa quantidade de itens. O armazenamento é temporário e a informação pode ser descartada conforme o tempo passa. 

Para exemplificar, ao assistir a uma aula ou ler um livro, é nesse sistema que o conteúdo fica inicialmente armazenado. Desse modo, a memória de curto prazo vai manipulando as informações que são percebidas no ambiente. 

Os conteúdos da memória de curto prazo, sempre em número limitado, podem ter três destinos: 

  1. A repetição: permanecendo, assim, por mais tempo nesse sistema; 
  2. O processamento: passando para a memória de longo prazo; 
  3. O descarte: sendo imediatamente perdidos. 

Entretanto, em que momento ocorre a consolidação da memória de curto prazo? 

Quando dormimos, o cérebro entende que o que foi estudado e revisado é importante e faz transferência para a memória de longo prazo. Dessa forma, faz as conexões neurais do que já sabemos com o conhecimento novo adquirido.

2. Memória de longo prazo

Por outro lado, a memória de longo prazo se caracteriza por armazenar uma enorme quantidade de itens. Do ponto de vista temporal, há indicadores de que muitos de seus conteúdos permanecem conosco durante a vida toda

Imagine que nossas recordações são armazenadas em uma grande biblioteca. É como se cada item tivesse um número de registro facilitando a sua localização.

Dessa maneira, todas as técnicas de memorização visam a levar os conteúdos para a memória de longo prazo. Anotar, repetir, revisar, ensinar para alguém, revisar de novo. Tudo isso facilita o processamento de informação, impedindo que ela seja descartada, e também estimula o armazenamento na grande biblioteca da memória de longo prazo.

Por que esquecemos o que estudamos?

O esquecimento rápido de quase 70% do que aprendemos, constatado por Ebbinghaus, acontece justamente porque as informações novas adquiridas ficam na memória de curto prazo (onde o armazenamento é temporário).

Assim, esquecemos o que estudamos porque, muitas vezes, só ouvimos as aulas ou lemos os textos, sem nenhum processamento ativo da informação (como realizar resumos ou anotações). Dessa forma, a matéria fica temporariamente em nossa memória de curto prazo e, em seguida, é descartada.

Confira 18 dicas para não esquecer o que foi estudado!

Ter uma estratégia de estudos é essencial para que os concurseiros obtenham sucesso no seu objetivo de conquista de um cargo no serviço público. Para lhe ajudar nesse desafio, apresentamos 18 dicas para memorizar mais conteúdos para as provas. 

Confira a seguir:

  1. Revise os conteúdos;
  2. Faça revisões espaçadas;
  3. Entenda ao invés de decorar;
  4. Faça associações;
  5. Pratique exercícios físicos;
  6. Faça anotações;
  7. Aplique a memorização mnemônica;
  8. Utilize a técnica do Palácio da Memória;
  9. Crie flash cards com palavra-chave;
  10. Elabore e utilize Mapas mentais;
  11. Use a Técnica Feynman;
  12.  Estude descansado;
  13.  Veja filmes e séries sobre o assunto;
  14. Durma bem!;
  15. Dê pausas para oxigenar o cérebro;
  16. Organize o estudo das matérias;
  17. Evite distrações;
  18. Entenda aquilo que funciona melhor para você.

Abaixo, detalhamos cada uma dessas dicas de memorização. Confira!

1. Revise os conteúdos

Embora muitos estudantes odeiem esta etapa, a revisão é instrumento básico para memorização e medição do aprendizado. Além disso, repassar a matéria não significa que você tenha que rever tudo, mas sim os pontos mais importantes. 

Portanto, faça um resumo condensado do tema aprendido. Evite deixar essa tarefa para as vésperas das provas e se tornar vítima da “Curva do Esquecimento”.

2. Faça revisões espaçadas

Não basta revisar os conteúdos apenas uma vez para fixar bem as matérias. A primeira deve acontecer no mesmo dia em que o assunto foi estudado.

A segunda pode ser entre três e sete dias; a terceira, duas semanas depois; e outra um mês depois para uma boa memorização do tema.

3. Entenda ao invés de decorar

Procure entender o que está estudando e não apenas decorar. É claro que alguns assuntos não têm jeito mesmo, como é o caso de leis, siglas e fórmulas. 

Assim, faça pequenos resumos e pratique a autoexplicação. Tente também explicar para outra pessoa o que entendeu com suas palavras e, caso não consiga, é sinal de que você não está dominando tão bem o tema.

4. Faça associações

Associe o conteúdo que você está tentando memorizar com aquilo que você já sabe. Afinal, é mais difícil guardar informações isoladas que não tenham nenhuma conexão com outros conceitos. 

Portanto, enquanto você está estudando, algumas perguntas úteis são: 

  • “Qual a relação desse tópico com aquilo que eu já estudei?”
  • “Como esses assuntos se conectam?”

Quando você faz esse tipo de conexão, você se apropria do conhecimento de uma maneira só sua. Ou seja, não é uma “decoreba” daquilo que você leu ou escutou, e sim uma formulação nova, com suas particularidades, em especial porque se associou com seus conhecimentos prévios.

5. Pratique exercícios físicos

Uma pesquisa da Universidade de Cambridge mostrou que há uma melhor ativação da memória em pessoas que praticam atividades físicas. Um simples exercício de bicicleta por 30 minutos pode deixar o nosso cérebro mais em forma, algo parecido com o que ocorre com nossos músculos. 

Portanto, nas horas vagas, procure fazer atividade física! Além de ser uma forma de sair de perto dos livros por alguns minutos, isso ajuda o seu corpo a ter uma melhor capacidade de memorização. 

Leia também: Desempenho nos estudos: seis dicas para saúde do corpo e mente.

6. Faça anotações

Você já tentou fazer uma anotação mental e, minutos depois, acabou esquecendo? Ou deixou uma matéria para estudar no dia seguinte e se esqueceu totalmente? 

Como vimos, nossa memória de curto prazo consegue acumular uma baixa quantidade de itens por vez. Além disso, ela dura pouco e o descarte dos conteúdos acontece rapidamente.

Por isso, em sua rotina de estudos, é essencial que você anote. Enquanto assiste as aulas preparatórias para seu concurso, não conte com a sua memória para armazenar toda a matéria.

Faça anotações, e depois revise-as. Esse processo contribui para a consolidação da memória e para que você não perca conteúdos importantes que podem cair no seu exame.

Os estudos costumam ser divididos em dois tipos: passivo e ativo. No estudo passivo, você está recebendo as informações, por exemplo, assistindo a uma aula, vendo vídeos sobre o assunto ou lendo uma apostila. É o seu primeiro contato com a matéria, mas não é o suficiente para retê-la.

Dessa forma, faz-se necessário também o estudo ativo. Nele, você faz anotações, cria mapas mentais e resumos. Aqui, já há uma seleção inicial das informações. 

Afinal, você não consegue anotar tudo o que o seu professor fala, palavra por palavra. Então, você já faz uma filtragem inicial dos conteúdos, favorecendo que essa informação resumida se fixe em sua memória.

Portanto, na dúvida, anote!

7. Aplique a memorização mnemônica

Adote a técnica de memorização mnemônica, que associa o que precisa ser fixado na mente com algum recurso fácil de lembrar. Adote siglas, conceitos já assimilados, rimas, letras de músicas, frases engraçadas para grudar determinados temas no seu cérebro.

8. Utilize a técnica do Palácio da Memória

Pessoas capazes de memorizar uma grande quantidade de informações em pouco tempo têm cérebros diferentes de pessoas “comuns”? E os campeões dos concursos de memória?

Em uma popular TED Talk, o jornalista estadunidense Joshua Foer mostrou que não há diferenças, de base biológica, entre estes dois grupos. O segredo está nas técnicas utilizadas para memorização. Os “campeões de memória” utilizam partes do cérebro relacionadas com a memória espacial e a navegação.

Isso explica o sucesso da técnica do Palácio da Memória, “truque” que fez Foer vencer um concurso de memória. Trata-se de um método muito antigo, utilizado pelos gregos, a fim de relembrarem seus discursos e textos.

Por meio do Palácio da Memória, você visualiza um lugar familiar, e vai depositando nele imagens simbólicas das coisas que você deseja lembrar. Podem ser figuras engraçadas ou bizarras, desde que tenham relação com o conteúdo a ser memorizado.

Espalhe esses itens por diferentes lugares. Por exemplo, se você visualizar uma casa, coloque os símbolos em diferentes cômodos. Depois, visualize em cada espaço a imagem que você depositou e relembre o conteúdo a ela relacionado.

Nosso cérebro lida melhor com informações que não estão isoladas. Isto é, o processo de memorização é facilitado quando fazemos associações, damos contexto às coisas, de modo que elas se tornem significativas. O Palácio da Memória é uma eficiente forma de fazer isso.

9. Crie flash cards com palavra-chave

Os flash cards são uma forma de revisão de matérias por meio de palavras-chave, com respostas resumidas. Você pode ter vários cartões e ir separando pela margem de acerto das respostas.

Dica: reveja várias vezes os que não conseguiu acertar.

10. Elabore e utilize mapas mentais

O modelo mais conhecido é o proposto pelo escritor inglês Tony Buzan, que pesquisou a eficácia desse tipo de diagrama para a aprendizagem.

Pegue uma folha de sulfite na forma horizontal e canetas coloridas. Escreva o tema principal no centro e trace ramos com subtemas que se conectam com outros galhos que recebem palavras-chave dos conteúdos. Faça desenhos e símbolos para resumir a matéria, com representações sem muito texto.

Você pode também utilizar ferramentas online para fazer mapas mentais, como o Miro.

Leia também: Conheça algumas técnicas de estudo para concursos públicos.

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11. Use a Técnica Feynman

O físico estadunidense Richard Feynman, vencedor do Prêmio Nobel, criou essa técnica útil para estudar qualquer matéria. 

Feynman defendia a importância de entender mais profundamente o assunto, mais do que decorar só nomes. Esse método estruturado pode ser útil para ajudá-lo a não esquecer os conteúdos durante sua preparação para os concursos.

Passo a passo para aplicar a Técnica Feynman

A técnica Feynman é dividida em 4 passos:

  1. Escolha o conteúdo que você quer aprender;
  2. Explique a uma criança;
  3. Verifique as “falhas” em sua compreensão;
  4. Revise, organize e simplifique.

Veja cada uma dessas etapas em detalhes abaixo:

Passo 1: Escolha o conteúdo que você quer aprender

Pegue uma folha de papel e escreva no topo o tópico que você deseja aprender. Em seguida, anote tudo que você sabe sobre ele.

Conforme for assistindo às aulas e fazendo leituras, é muito provável que a quantidade de informações aumente. Quando isso acontecer, permaneça anotando nesta folha.

Tente usar palavras simples e resumir o conteúdo às suas partes mais essenciais.

Passo 2: Explique a uma criança

O passo seguinte é fingir ensinar a matéria a uma criança. Embora você possa levar essa etapa ao pé da letra e ensinar a uma criança de verdade, o importante é que você exercite essa explicação.

Por meio dela, você vai simplificar o conteúdo, quebrá-lo em partes e se ater àquilo de mais essencial. Portanto, nada de usar palavras difíceis! Lembre-se de que você está explicando a uma criança.

Na correria dos estudos, essas simplificações às vezes são difíceis de fazer. Por meio desse exercício, provavelmente ficará mais fácil.

Além disso, as partes nas quais você tem dificuldade ficarão mais explícitas. Afinal, serão aquelas que você se complicará mais na hora de explicar.

Passo 3: Verifique as “falhas” em sua compreensão

Em seguida, anote as lacunas que ficaram na sua explicação do exercício anterior. Identifique as partes em que você sentiu mais dificuldade.

Faça uma pesquisa e complemente os seus conhecimentos. Depois, tente explicar novamente e veja se foi mais fácil dessa vez.

Passo 4: Revise, organize e simplifique

Revise todo o assunto, e tente simplificá-lo ainda mais. Elimine todos os jargões da área e coloque o texto nas palavras mais simples possíveis. Faça anotações das conexões entre essa matéria e outros conteúdos. 

Enfim, tente organizar as suas anotações de uma maneira linear, conforme uma narrativa. Leia em voz alta novamente, e veja se terá dificuldade na explicação. Se sim, complemente as lacunas mais uma vez.

A técnica de Feynman é muito útil para memorizar os estudos porque ela agrupa, de maneira estruturada, aspectos básicos para a consolidação da memória. Por meio dela, você vai anotar, resumir, repetir em voz alta, fazer associações e revisar os assuntos cobrados em seu exame.

12. Estude descansado

Evite estudar cansado. Às vezes, vale mais a pena dormir e acordar cedo com a mente vazia do que passar a madrugada tentando entender uma matéria. A produtividade cai quando o cérebro está cansado.

13. Veja filmes e séries sobre o assunto

Uma forma de aliar lazer e estudos é assistindo a filmes e séries que tenham conexão com as matérias que você deseja aprender. Como vimos, associar os conteúdos, dando um colorido de imagens e narrativas a eles, ajuda a fixá-los. 

Portanto, nas horas vagas, pode ser útil assistir àquele documentário que você vem adiando! 

14. Durma bem!

É durante o sono que ocorre a consolidação de memória. Isto é, enquanto dormimos, nosso cérebro processa e armazena as informações recentes que aprendemos durante o dia. Por consequência, é essencial dormir bem, quando desejamos memorizar coisas. 

Um estudo da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte) mostrou que crianças que cochilavam depois de suas aulas tiveram um aumento na retenção de memória em 10%, em relação àquelas que não o faziam. 

Portanto, durante a sua preparação para os concursos, é muito importante que você tenha boas noites de sono. Tente seguir uma rotina equilibrada, e dê atenção especial ao repouso.

Nada de ficar estudando até muito tarde, perdendo boas horas de descanso!

15. Dê pausas para oxigenar o cérebro

Especialistas afirmam que após duas horas contínuas de estudos, o cérebro desliga e não consegue processar informações. A compreensão fica mais lenta. É mais produtivo dar pausas para um lanche, tomar água ou fazer qualquer atividade que ajude a carregar as baterias.

16. Organize os estudos das matérias

Crie estratégias para dividir os estudos das várias matérias que precisa dominar. Faça agendas de acordo com o seu tempo disponível. Os temas que você não domina vão precisar de mais dedicação. 

Leia também: Administração do tempo é uma estratégia a favor do concurseiro!

17. Evite distrações

O momento dos estudos exige muita atenção para uma boa memorização. Então, fique longe de todas as distrações que podem desviar seu foco, como é o caso de: celular, redes sociais, TV, rádio etc. Assim, você evita ter que voltar várias vezes a um mesmo tema para compreendê-lo. 

É importante cuidar também da sua postura. Estudar deitado ou mais relaxado, em camas, pode ser um convite para o sono ou a preguiça.

18. Entenda aquilo que funciona melhor para você

É muito importante que você teste essas diferentes técnicas e encontre aquelas que funcionam melhor para você. Cada pessoa tem um modo diferente de operar e achar aquilo que dá resultado para você pode ser a chave para o seu sucesso nos concursos.

Por isso, não se frustre caso aquele método de memorização que funciona para seus colegas não dê muito certo com você, continue testando as diferentes técnicas.

Lembre-se também que é essencial encontrar um lugar de estudo no qual você consiga se concentrar. Tem gente que prefere lugares como bibliotecas e cafés, com barulho ao fundo; já outras operam melhor em casa, no silêncio.

Outro fator importante é o horário em que você estuda. Você funciona melhor pela manhã, no período da tarde ou à noite? Ache a parte do dia em que você consiga focar melhor.

Por fim, entenda que todos nós temos corpos e modos de funcionamento diferentes. Respeite seu corpo e encontre o melhor jeito de estimular sua memória.

Esperamos que tenha gostado do conteúdo sobre como não esquecer o que você estudou! Que tal conferir também o nosso artigo sobre como treinar seu cérebro para reter mais informações?

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