7 dicas para identificar pegadinhas em concursos públicos!

Pegadinhas em concursos: imagem de sala com alunos fazendo prova
Você já caiu em uma pegadinha em concurso público? Confira nossas dicas para te ajudar a fugir delas e aumentar sua margem de acerto!

Sabe aquela sensação de sair de uma prova com a certeza de ter acertado algumas questões e na hora de conferir o gabarito constatar que a resposta é completamente diferente? Assim como você, muita gente já caiu na cilada das perguntas com pegadinhas. 

Esse tipo de questão é muito comum nos concursos públicos para induzir os candidatos ao erro e eliminá-los da disputa acirrada por um bom emprego. Por isso, é imprescindível saber como fugir dessa emboscada!

Especialistas estimam que pelo menos 10% das questões de concurso público contém perguntas com pegadinha. Elas são bem diferentes das comuns e têm sempre o objetivo de confundir os candidatos, que acham que estão marcando uma resposta certa com escolhas erradas.

Não é por maldade que as bancas usam essa técnica. A metodologia é aplicada para testar outras habilidades dos candidatos, que vão além de conhecimento, como capacidade para raciocínio lógico, nível de atenção, concentração e, principalmente, a inteligência emocional.

Isso quer dizer que não basta apenas o concurseiro se matar de estudar e deixar de se preparar psicologicamente para enfrentar o clima tenso dos exames. 

A insegurança, medo e estresse podem ser seu maior inimigo durante a prova. Os candidatos nervosos têm dificuldade para perceber as charadas criadas pelos autores das questões. Por isso, é essencial saber controlar suas emoções e buscar técnicas para manter a tranquilidade e a calma na hora de realizar a prova.

Mas é bom ressaltar que não são apenas os candidatos ansiosos e despreparados que são alvo das pegadinhas de concurso público. Os mais experientes também são alçados por esse tipo de isca.

Os concurseiros que souberem identificar as charadas embutidas pela banca, tendem a aumentar a sua margem de acerto nos certames. Por isso, preparamos 7 dicas para te ajudar a fugir das pegadinhas. Confira!

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7 dicas para fugir das pegadinhas de prova

As pegadinhas são embutidas nas provas de concursos por diversas vias, podendo aparecer no enunciado ou nas opções das respostas. Geralmente, são utilizadas com muita inteligência pela banca para evitar que os candidatos entrem com pedido de anulação.

Para ajudar você concurseiro a identificar e fugir das pegadinhas de prova, apresentamos a seguir algumas dicas. Confira!

1. Faça e refaça muitas questões
2. Tenha muita atenção com enunciado
3. Escolha de respostas corretas ou incorretas
4. Fique atento a termos e palavras-chave
5. Cuidado com a preferência pela alternativa “A”
6. Fique atento a enunciados longos
7. Dúvidas nas questões

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1. Faça e refaça muitas questões

É essencial conhecer bem o comportamento da banca organizadora do seu concurso público. 

Pegue as provas de certames anteriores, leia e releia as perguntas várias vezes. Observe bem como elas são formuladas, tentando identificar onde estão as pegadinhas.

2. Tenha muita atenção com enunciado

Como já foi mencionado, as pegadinhas aparecem de várias formas nos exames. Elas estão muito presentes no enunciado da pergunta, com embaralhamento de conceitos ou com palavras que até os mais atentos não conseguem perceber. 

Não confie apenas na sua intuição. Tente interpretar e entender as frases. Muitos candidatos ficam preocupados com o tempo e pulam rapidamente de uma questão para outra.

3. Escolha de respostas corretas ou incorretas

Muitos candidatos se confundem nas questões que pedem para marcar a resposta certa ou errada, ou seja, correta e incorreta. Muitos caem, principalmente quando o enunciado solicita a opção incorreta. Eles acabam marcando a alternativa correta. 

Para evitar esse tipo de confusão, leia o texto com muita atenção e grife o que exatamente está sendo exigido.Não se esqueça de prestar atenção nas questões que tenham como resposta alternativas muito parecidas ou completamente opostas. 

Muitas bancas usam de artimanha a elaboração de três opções de respostas similares, normalmente em uma delas está a resposta certa para a pergunta inicial. Quando a questão traz respostas completamente opostas, é provável que a resposta esteja em uma delas.

4. Fique atento a termos e palavras-chave 

Muitos termos e palavras-chave são colocados pelas bancas de concurso na tentativa de reverter ou alterar o sentido da questão.  Por isso, é importante uma leitura criteriosa para conseguir analisar e identificar essas “pegadinhas”. 

Uma dica excelente é grifar, ao longo da leitura, todas as palavras que você achar válido. Posteriormente, volte nesses pontos e fique atento à forma como estão empregados no texto. 

Essas informações devem também ser suficientes para que você compreenda claramente qual é o problema proposto e de que forma deve resolvê-lo.

5. Preferência pela alternativa “A”

Essa armadilha é velha conhecida de concurseiros mais experientes. Trata-se de, quase que nos mesmos moldes das alternativas similares, induzir o aluno ansioso ou desatento em sua resposta. 

Assim, a alternativa que estiver na letra “A” pode juntar, em um só elemento, a estratégia de ter respostas similares, valer-se de palavras de múltiplos significados ou ainda ter apenas um órgão ou número de lei, por exemplo, para que o aluno a escolha sem perceber o erro.

6. Fique atento a enunciados longos

É muito importante ter calma e paciência para analisar longos enunciados, para que, ao final, você consiga compreender do que ele trata. Os enunciados que trazem um texto maior também são uma forma de pegadinha para fazer com que o concurseiro se canse e não analise a questão como deveria.

Uma dica é averiguar o que a pergunta pede antes de ler o enunciado. Dessa forma, você terá um norte e conseguirá interpretar a questão.

O enunciado, base da questão, traz em si o estímulo que induz a resposta. É uma situação problema abordada como afirmativa ou/e pergunta e explicita claramente a base da resposta.

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7. Dúvidas nas questões

Se durante a prova você encontrar alguma questão que utilizou de pegadinha para confundir sua cabeça, dê um tempo e volte para analisá-la depois. 

É muito importante saber distribuir seu tempo entre uma questão e outra. Caso você se desgaste psicologicamente para tentar resolver uma questão, nas próximas você terá que lidar com a exaustão. Por isso, passe para a próxima opção e volte na que estiver com dúvidas assim que terminar as que você tem certeza da resposta.

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5 exemplos de pegadinhas em concursos

Agora que você já conheceu as principais dicas para não cair nas pegadinhas dos concursos, chegou a hora de ver, na prática, alguns exemplos de como as pegadinhas aparecem nas questões de concursos. Assim, esperamos que consiga ficar alerta e identificar a charada assim que bater o olho na questão. Confira!

1. Construção da frase que induz ao erro;
2. Questões com várias alternativas;
3. Inversão de conceitos;
4. Generalização; e
5. Respostas sobre prazos estabelecidos em leis.

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1. Construção da frase que induz ao erro

Algumas palavras usadas pelas bancas também induzem os candidatos a marcar a resposta errada. Perguntas com “exceto”, “alternativa incorreta”, “respectivamente ” costumam dar um nó na cabeça das pessoas. A interpretação do texto deve ser o balizador que evitará esse tipo de problema ao fazer a prova. 

Afinal, se você souber interpretar bem o enunciado, assim como suas possíveis respostas, já garantirá o escape de uma distração. Apesar de parecer algo simples, muitos candidatos no decorrer da prova, devido ao cansaço mental, deixam o “exceto” passar despercebido e marcam a alternativa errada.

A seguir, veja uma questão da banca FCC, do ano de 2010, em que a construção da sua pergunta induz ao erro com a utilização de “exceção”

Questão banca FCC

Dispõe o Código de Processo Penal que será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal. Essa regra constitui exceção ao princípio da:

(A) indisponibilidade;

(B) legalidade;

(C) intranscendência;

(D) obrigatoriedade;

(E) oficialidade.

Nesta questão, a resposta certa será a alternativa E, pois os princípios que regem a ação penal pública incondicionada são: 

  • Indisponibilidade: impossibilidade de o órgão do Ministério Público desistir da ação penal, conforme previsão expressa do artigo 42 do CPP;
  • Intranscendência: a ação penal, por expressa disposição constitucional – artigo 5º, inciso XLV – deverá ser proposta somente contra aquele que praticou o ilícito penal;
  • Obrigatoriedade: preenchidos os requisitos legais para oferecimento da denúncia a ação penal deverá ser iniciada;
  • Indivisibilidade: a ação penal deve ser movida contra todos que praticam a infração, não cabendo ao Ministério Público escolher a quem processar;
  • Oficialidade: o Ministério Público, órgão oficial do Estado, é encarregado de promover a Ação Penal pública;

A apresentação de Ação penal privada subsidiária da pública, quando esta não for proposta pelo Ministério Público no prazo legal, constitui, portanto, exceção ao princípio da oficialidade.

2. Questões com várias alternativas

As questões de múltipla escolha são formuladas de forma a apresentarem uma situação ou problema, claro e objetivo, que deve ser respondido através da escolha de uma das alternativas de resposta, compostas por um gabarito e três ou quatro distratores.

Essas perguntas costumam derrubar muitos candidatos com pegadinhas quase que imperceptíveis nas alternativas apresentadas. As opções são muito parecidas e geram dúvidas.

Veja um exemplo retirado da Banca Instituto de Desenvolvimento Educacional, Cultural e Assistencial Nacional – IDECAN, do ano de 2021, que pode gerar dúvidas devido as alternativas parecidas.

Questão Banca Instituto de Desenvolvimento Educacional, Cultural e Assistencial Nacional

João foi preso em flagrante por furto de sinal de TV a cabo. Sua conduta foi tipificada no delito descrito no art. 155, §3º, do Código Penal, in verbis: 

“Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel. (…) Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico.”

Nesse sentido, segundo o entendimento do Superior Tribunal Federal (STF), assinale a alternativa correta.

(A) A tipificação dada está equivocada, pois, com base no princípio da legalidade, é vedada analogia in malam partem.

(B) A tipificação dada está correta, sendo possível analogia ao tipo penal descrito, pois onde há a mesma razão, deve haver a mesma disposição.

(C) A tipificação dada está equivocada; a conduta de João é atípica, não estando descrita no ordenamento.

(D) A tipificação dada está equivocada, pois ainda incidirá a qualificadora de o crime ser cometido por meio de dispositivo eletrônico ou informático.

(E) A tipificação dada está correta; o princípio da legalidade foi respeitado, justamente a legalidade material, que determina a observância da mens legis.

Essas questões são formuladas propositalmente para confundir o candidato durante a leitura. Nesse caso, a alternativa A contém a resposta correta. 

Diante dessas situações, fique atento a palavras e expressões diferentes. Posteriormente, desconsidere aquelas que você tem certeza que esteja errado e comece a analisar as que geram mais dúvidas. É inteligente, nessas situações, trabalhar com eliminações! 

Se porventura, mesmo tentando, não conseguir chegar em uma alternativa, experimente pular para a próxima e, ao retornar à pergunta, a resposta pode vir à sua mente. Dessa forma, tentando resolver outras questões, seu subconsciente segue trabalhando no problema inicial.

Podem ocorrer também vários insights, eles facilitam o entendimento e a clareza para a resposta correta.  Confie no seu potencial e ele irá te ajudar naquilo que você acha que não sabe!

3. Inversão de conceitos

A pegadinha da inversão de conceitos, por sua vez, é uma das que mais pode bagunçar a cabeça e confundir o senso de julgamento por parte do candidato.

Em provas de Direito, essas pegadinhas são muito comuns. Consistem em confundir o concurseiro invertendo o significado da norma legal, utilizando uma palavra, conceito ou expressão. Veja um exemplo da prova de Guarda Municipal, da Prefeitura de Lençóis Paulistas – 2022.

Questão prova de Guarda Municipal da Prefeitura de Lençóis Paulistas

O Código Penal Brasileiro estabelece as regras de aplicação da Lei Penal, bem como define crimes e contravenções, seus conceitos e suas penas. Em sua Parte Geral, Título I, o Código Penal estabelece as regras de aplicação da Lei Penal. De acordo com esse título é correto afirmar:

(A) Há crime sem lei anterior que o defina.

(B) Lei posterior que beneficie o agente não pode ser aplicada a fatos anteriores, quando o agente tiver sido condenado por decisão transitada em julgado.

(C) Qualquer pessoa pode ser punida por fato que lei posterior deixa de considerar crime.

(D) Considera-se praticado o crime no momento da ação, ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.

Nesta questão, houve a inversão de conceitos nas alternativas A, B e C, sendo correto afirmar que: 

  • Não há crime sem lei anterior que o defina.
  • A lei posterior que beneficie o agente pode ser aplicada a fatos anteriores, mesmo quando o agente tiver sido condenado por decisão transitada em julgado.
  • Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime.

Portanto, a alternativa correta é a letra D. 

4. Generalização

O concurseiro deve dar muita atenção a expressões como: todos, nenhum, nunca, sempre e similares. Pois, é muito difícil que não existam exceções. É claro que podem existir questões que tenham generalização e sejam corretas. Por isso, é necessário reforçar a importância da atenção ao ler o enunciado e as assertivas.  

O objetivo desse tipo de questão é deixar o candidato desconfiado daquilo que ele já sabe e levá-lo ao erro. Portanto, analise essas questões com cuidado e leia quantas vezes for necessário.

É uma ótima opção tentar trabalhar, diante dessas situações, com eliminação. Dessa forma, você vai afunilar suas alternativas e conseguir chegar na opção certa.

5. Respostas sobre prazos estabelecidos em leis

Uma das pegadinhas aplicadas pelas bancas são as perguntas envolvendo prazos estabelecidos em legislações, como por exemplo, período de férias de trabalho pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e o tempo da licença-maternidade ou paternidade, etc. 

Algumas alternativas podem trazer a quantidade de dias corretamente, mas confundir o concurseiro com contagem de dias úteis em vez da soma de dias corridos.

A orientação dos especialistas é que os concurseiros contemplem em seus estudos as artimanhas das pegadinhas para aumentar suas chances de sucesso nas provas. Há inúmeros materiais na internet. Vale a pena dedicar tempo para esse tema.

A seguir, veja uma questão da OAB – IX EXAME UNIFICADO – JANEIRO/2013, em relação ao período de férias.

Questão OAB janeiro 2013

No curso do período aquisitivo, o empregado não adquire o direito à fruição de férias se:

(A) permanecer em fruição de licença remunerada por mais de 30 (trinta) dias;

(B) tiver percebido da Previdência Social prestações de acidente de trabalho ou de auxílio-doença por 3 (três) meses, mesmo que descontínuos;

(C) tiver 30 (trinta) faltas;

(D) optar por converter suas férias em abono pecuniário.

Neste exemplo, a resposta correta seria a letra A, de acordo com os termos da previsão do artigo 133, item II, da CLT. 

As demais estão erradas, pois:

  • Na alternativa B, de acordo com o  artigo 133, item IV, da CLT, “não terá direito a férias se tiver percebido da Previdência Social prestações de acidente de trabalho ou de auxílio-doença por mais de 6 (seis) meses, embora descontínuos”.
  • Na alternativa C, segundo os termos do artigo 130, inciso IV, caso falte 30 dias, o trabalhador terá direito a 12 dias de férias.
  • Na alternativa D, a conversão das férias em abono somente poderá ocorrer à proporção de 1/3, e não na sua integralidade. 

Espero que, depois dessa leitura, você consiga identificar as pegadinhas em concurso com mais facilidade! Agora, que tal completar sua leitura com 18 dicas de estudo para melhorar seu rendimento na prática?

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