Você sabe como utilizar o plural corretamente? Confira neste artigo!

Plural: blocos de letras formando a palavra plural
Preparamos esse texto para te ajudar a utilizar o plural corretamente, apresentando as principais regras. Leia o artigo completo!

O plural representa a flexão em número das palavras da língua portuguesa, fazendo referência a existência de duas ou mais coisas — sejam elas pessoas, objetos, sentimentos etc. 

As suas regras de formação fazem referência sobretudo aos substantivos, mas são muitas as classes gramaticais que admitem a flexão em número. Além disso, as regras podem variar bastante entre palavras de mesma terminação, como veremos adiante.

O plural é um tema abordado em diversas questões de porutguês para concursos, principalmente quando falamos sobre o plural de termos compostos. Por isso, para os candidatos dedicados a ter um bom desempenho nas provas de língua portuguesa, saber os detalhes dessa flexão é importante.

Preparamos esse artigo para te ajudar a utilizar o plural corretamente. Além disso, trouxemos um texto escrito pela professora Luciane Sartori, que 20 anos de experiência na área de concursos, para explicar de forma divertida as principais regras do plural. Confira!

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Do Singular ao Plural

Por Luciane Sartori 

Quando criança, a professora nos pedia para passar frases para o plural: Ele comprou uma casa nova. – Eles compraram duas casas novas. E eu não tinha nenhuma! Para que eles queriam duas casas? Será que iriam morar separados?

Depois vieram construções mais complexas. Ele tem um chapéu que parece um pires. – Eles têm dois chapéus que parecem dois pires. Por que, quando é ele, o “tem” não tem chapéu e, quando são eles, o “tem” tem chapéu? E ela me dizia que o chapéu (acento circunflexo) que o verbo usava era para mostrar que ele estava no plural.

Ela me disse que outro verbo também funcionava assim. O verbo vir: Ela vem e elas vêm. Assim não haveria confusões ao comparar os verbos “vir” e “ver”, já que elas vêm enquanto elas veem. (Pior é que naquela época este verbo também usava chapéu “vêem”). E o “pires” que ficava igual no plural e no singular? Para ele, o plural se revela por meio de outras palavras, como o artigo: o pires, os pires.

Já na explicação, a professora desferira outro golpe mortal: “Assim não haveria confusões…” São confusões, professora! O verbo tem de ficar no plural: “… haveriam confusões”. Nunca vi um olhar tão desanimado antes. Ela me pediu desculpas por trazer tantas informações naquele momento, mas jurou que eu entenderia.

Era só ter paciência. Ela então explicou que o verbo “haver” era um verbo muito especial, pois, sempre que fosse usado com o sentido de ocorrer, acontecer e existir, deveria ficar no singular. O tal do “haver” era impessoal e não tinha sujeito. Acha que, naquela época, isso dizia algo para mim? Eu aceitava, porque a professora era muita boa com a gente. Hoje eu entendo o rosto dela.

Eu já estava começando a olhar o relógio na parede e ela mandava outra. O verbo “fazer” também fica no singular quando indica tempo decorrido ou clima. Ela disse que este verbo também era impessoal (assim é que ela tratava os verbos sem sujeito). Faz dois dias que não durmo. Ninguém faz os dias. Os dias passam e pronto.

Por isso que não há sujeito. Da mesma forma, os verbos que indicam fenômenos da natureza também não têm sujeito. Ninguém chove, mas, quando o Pepeu fez xixi na sala, todo mundo disse que foi chuva. Ninguém venta, ninguém garoa … eu ri muito com o ninguém venta.

Venta sim. Todo mundo venta escondidinho para ninguém saber quem foi. Ela, então disse que, nestes casos, era tudo simbólico e mudava o sentido. Com o sentido certinho, era verdade, aí eu aceitei.

Professora, por que tudo tem de ser tão complicado em nossa língua? Não bastaria colocar um “s” em tudo e pronto. Com “s” é plural e sem “s” é singular!

Ela olhou para mim novamente e torceu a boca e o nariz ao mesmo tempo e disse que, se fôssemos nós quem tivesse inventado nossa língua, poderíamos fazer como quiséssemos, mas herdamos tudo de outros povos e, com a mistura, tivemos de agrupar por regras diferentes cada grupo de palavras.

Ela deu o exemplo da palavra “português”, que já termina com “s” e é singular. Para aproximar as regras, colocamos “es” depois de “português” e temos “portugueses”; daí: japonês e japoneses, anzol e anzóis , anel e anéis, gol e gois (ou goles). Nessa hora eu gritei “eeeepa!”. O que a senhora fez com os gols do meu time? E ela foi quem riu de mim naquela hora.

Escutei dela que não existem palavras em nossa língua que formem plural finalizando palavras com “LS”, como eu pensava. Aprendi duramente que meu time fazia gois e não “gols”. Aprendi que poderia dizer que meu timão fez três goles em nosso maior rival.

Ainda bem que consegui superar o problema de pluralizar corretamente a maioria das palavras. Mas, por mais que eu me lembre do que aprendi com ela, dizer aos amigos que o Corinthians fez dois goles, eu jamais farei.

Luciane Sartori é graduada em Letras e Pós-Graduada em Metodologia de Ensino para Terceiro Grau. É professora especialista em português – gramática, interpretação de textos, redação discursiva e redação oficial. Também atua como revisora e redatora de textos há 25 anos, com 20 anos de experiência na área de concursos. É professora da LFG.

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Quais são as regras do plural?

De modo geral, as regras de formação do plural levam em consideração a formação de substantivos. A mais básica dessas normas define que, para que um substantivo seja colocado no plural, basta acrescentar o “s” a sua forma singular:

  • casa → casas
  • degrau → degraus
  • estudante → estudantes
  • alegria → alegrias

Essa regra deve ser aplicada principalmente aos substantivos terminados em vogais ou em ditongos. No entanto, existem ainda outras normas que devem ser memorizadas principalmente pelos candidatos que desejam ter um bom desempenho nos concursos públicos.

Abaixo, você confere as principais:

Substantivos terminados em “r”, ou “z”

Nos casos de palavras substantivas que terminam em uma das consoantes mencionadas, deve-se acrescentar “es” a sua forma singular. Veja alguns exemplos:

  • mulher → mulheres
  • mar → mares
  • torcedor → torcedores
  • gravidez → gravidezes
  • rapaz → rapazes

Substantivos terminados em “s”

De modo geral, os substantivos terminados em “s” também seguem a regra de acrescentar “es” a sua forma singular. Por exemplo:

  • português → portugueses
  • país → países
  • freguês → fregueses

No entanto, essa regra conta com uma exceção importante: nos casos em que os substantivos terminados em “s” são paroxítonos ou proparoxítonos — ou seja, a sílaba tônica é a penúltima ou a antepenúltima da palavra —, a forma do plural é igual à do singular. Veja:

  • lápis → lápis
  • pires → pires
  • vírus → vírus

Substantivos terminados em “al”, “el”, “ol”, “ul”

Nos casos de substantivos terminados em uma dessas formas, a consoante “l” deve ser substituída pela forma “is”. Veja:

  • vogal → vogais
  • hotel → hotéis
  • girassol → girassóis;
  • azul → azuis

Mas cuidado! Essa regra apresenta duas exceções:

  • mal → males
  • cônsul → cônsules

Substantivos terminados em “il”

Ao contrário do que acontece com os demais substantivos desta “família”, aqueles terminados em “il” podem ser pluralizados de duas maneiras. 

Nas palavras oxítonas, usa-se a terminação “is”:

  • juvenil → juvenis

Já nas palavras paroxítonas terminadas em -il, usa-se a terminação “eis”:

  • inútil → inúteis

Substantivos terminados em “ão”

O plural para os substantivos terminados em “ão” podem variar em três formas diferentes: “ões”, “ãos” e “ães”. Essa é uma das principais regras para evitar confusões em provas de concurso público, então veja bem como diferenciá-las!

“ão” para “ões”

Essa regra vale para a grande maioria dos substantivos terminados em “ão”. Veja exemplos:

  • opinião → opiniões
  • eleição → eleições

“ão” para “ãos”

De acordo com a gramática normativa, os substantivos paroxítonos terminados em “ão” devem formar o plural em “ãos”, como nos exemplos abaixo:

  • órfão → órfãos
  • órgão → órgãos

Somam-se a eles alguns substantivos oxítonos que também formam o plural segundo essa regra. Nesse caso, porém, é preciso memorizar quais são eles. Veja exemplos:

  • irmão → irmãos
  • cristão → cristãos
  • cidadão → cidadãos

“ão” para “ães”

Por fim, alguns substantivos que terminam em “ão” têm a sua forma plural em “ães”. Veja alguns casos:

  • pão → pães
  • alemão → alemães
  • capitão → capitães

“ão” para várias formas

Acredite se quiser: alguns substantivos que terminam em “ão” aceitam mais de uma maneira de construir o plural. Veja alguns exemplos:

  • corrimão → corrimões ou corrimãos;
  • guardião → guardiões ou guardiãs;
  • vilão → vilões, vilãos ou vilãs. 

Substantivos terminados em “x”

Todos os substantivos terminados em “x” não tem variação entre a sua forma singular e a sua forma plural. Confira:

  • córtex → córtex
  • látex → látex

Substantivos terminados em “m”

Os substantivos que terminam em “m” têm a sua forma plural composta por “ns”. Veja alguns exemplos:

  • garagem → garagens
  • jardim → jardins

Substantivos terminados em “n”

Já para os substantivos terminados em -n, a regra é simples: basta acrescentar um “s”. Veja:

  • pólen → polens
  • hífen → hífens
  • abdômen → abdomens

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Como formar o plural em substantivos compostos?

Para além das regras apresentadas para a formação do plural de substantivos simples, há também as regras de pluralização dos substantivos compostos. Elas são as seguintes:

  • Pode haver flexão de número em ambos os substantivos da palavra, como acontece em “segunda-feira” (segundas-feiras). Esses são os casos mais comuns;
  • Pode haver a flexão apenas do primeiro substantivo. Isso acontece quando há uma preposição no substantivo composto, como em “cana de açúcar” (canas de açúcar);
  • Pode haver a flexão apenas do segundo substantivo. Essa regra é comum quando o substantivo composto é formado por uma palavra invariável (verbo ou interjeição) e uma variável, como no caso de “quebra-cabeça” (quebra-cabeças). Outro caso é quando o substantivo é formado por palavras que se repetem, como “corre-corre” (corre-corres).

Quais são os pontos de atenção na formação do plural?

Assim como acontece em outras regras da língua portuguesa, o plural tem as suas particularidades. 

Uma delas, para a qual é importante ficar atento, é a mudança de significado da palavra a partir da formação do plural. Alguns exemplos de quando isso acontece são:

  • Bem → bens (posse);
  • Pai → pais (pai e mãe);
  • Féria → férias (momento de descanso).

Também é importante notar que alguns substantivos são usados principalmente no plural. É o caso, por exemplo, de:

  • Parabéns;
  • Óculos;
  • Confins;
  • Trevas.

Agora que você já sabe tudo o que precisa sobre o plural na língua portuguesa, que tal conferir dicas de estudo para melhorar seu rendimento na prática? Aproveite para aprimorar os seus conhecimentos e mandar bem nas provas!

*Conteúdo produzido pela LFG

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