Está valendo a pena prestar concurso público?
Os concursos públicos são objeto de interesse das mais variadas pessoas, por muitos motivos. Desde a estabilidade que oferecem até as chances de remuneração mais alta, eles são cobiçados por estudantes, funcionários do setor privado e até aposentados.
Por outro lado, há quem argumente que o setor público não é o mais indicado para os profissionais que desejam crescimento acelerado, ou que a quantidade de estudo que um concurso público exige é muito alta.
E, de fato, as seleções tendem a ser bem concorridas — sobretudo atualmente, quando o número de concursos anuais diminui bastante.
Se você está pensando em prestar concurso e deseja entender melhor como passar por esse processo, quem pode se inscrever, quais as áreas mais comuns e até mesmo questões de remuneração, a equipe LGF elaborou este conteúdo para lhe ajudar.
Vamos falar sobre o que é prestar concurso, vantagens e desvantagens, o que é necessário ter em mente e outros aspectos fundamentais desse tema.
Além disso, ao final do texto, o Procurador da República, ex-Juiz Federal e professor da LFG, Edilson Vitorelli, responde a 19 perguntas frequentes sobre prestar concurso!
Continue lendo e tire todas as suas dúvidas!
O que é prestar concurso?
O concurso público é um processo seletivo que dá ao candidato acesso a um emprego público. Ou seja: é a partir do concurso que uma pessoa se torna funcionária pública.
O concurso pode acontecer para diferentes áreas e em diferentes etapas, a depender do setor, do nível de complexidade do trabalho, da necessidade de profissionais, etc.
Ao contrário do que se pensa, nem todo concurso público é realizado para que sejam preenchidas vagas vitalícias. Existe também a possibilidade de o concurso ser feito para uma reposição emergencial, com data preestabelecida para o término do contrato.
Um exemplo muito comum são os concursos para professores substitutos em universidades federais. Ao contrário das vagas chamadas “efetivas”, as vagas de substituto tem duração de 1 ano, com renovação de contrato para no máximo mais 1 ano. Depois disso, um novo processo seletivo deve obrigatoriamente ser aberto.
Para que um concurso público aconteça, o Congresso Nacional deve identificar tanto a necessidade de novas vagas para determinado cargo, quanto a disponibilidade de orçamento para pagar esses profissionais. Por isso, não é sempre que os setores abrem novas vagas.
O que é preciso para prestar concurso público?
Prestar um concurso público é uma decisão que pode trazer diversos benefícios para a vida profissional do candidato. No entanto, antes de se inscrever em um processo seletivo como esse, é preciso levar algumas coisas em consideração.
O que devo ter em mente para prestar concurso?
- A área do concurso;
- A carga de estudo;
- O crescimento profissional;
Abaixo, apresentamos mais detalhes sobre os principais pontos que o candidato a um concurso público deve ter em mente. Confira!
1. A área do concurso
Um concurso público é um compromisso, em geral, permanente com uma área de atuação específica. Por isso, se você deseja prestar concurso, é importante que defina com muita clareza em qual área deseja trabalhar, e também em qual setor.
Mesmo antes de começar a buscar o processo seletivo que mais te interessa, não há muito espaço para ser genérico.
Por exemplo: você não faz um concurso para a área jurídica, você faz um concurso para a promotoria pública. Ou para a defensoria. Ou para se tornar delegado ou procurador. E assim sucessivamente.
Com isso em mente, pense bem sobre o tipo de trabalho que você deseja fazer. Isso também impactará o seu estudo — alguns cargos pedem conhecimentos específicos — e até a quantidade de vagas disponíveis.
Ter clareza sobre essa etapa inicial é também uma maneira de se manter motivado e com um objetivo nítido.
2. A carga de estudo
Você provavelmente já ouviu falar que a carga de estudos para um concurseiro é muito alta. Talvez até conheça alguém que tem interesse em prestar concurso e, portanto, passa muitas horas se dedicando apenas aos livros, leis, normas etc.
A verdade é que o estudo para concurso público não precisa representar o fim de todo o tempo livre. Mas ele vai, sim, exigir bastante do candidato. Isso porque as provas são muito concorridas e, em geral, para conseguir uma vaga, é preciso se classificar muito bem.
Desse modo, é importante estar disposto a ter uma rotina de estudos bem estabelecida, além de disciplina para segui-la. Também é importante entender se você deseja mesmo passar por esse tipo de processo seletivo, porque ele pode ser cansativo para algumas pessoas.
3. O crescimento profissional
No setor público, o crescimento profissional é normalmente mais lento. Este também precisa ser um ponto a se considerar para decidir se você quer mesmo prestar concurso público.
Um crescimento lento não significa que é impossível se movimentar na hierarquia de serviço. No entanto, é importante lembrar que, no setor público, as vagas não são abertas com frequência e elas costumam ser ocupadas por outros candidatos, de outros concursos, criados especialmente para elas.
Por outro lado, o profissional concursado tem estabilidade empregatícia e se torna um verdadeiro especialista em sua função, já que precisa executá-la por muitos anos. Assim, se você não busca um crescimento acelerado, e sim uma maior confiança na vaga, prestar concurso pode ser uma boa ideia.
E vale ressaltar também que, na grande diversidade de concursos, existem também aqueles cujos cargos apresentam uma boa progressão no tempo.
Quem pode prestar um concurso público?
É a Lei No. 8.112, de 11 de dezembro de 1990, que determina os requisitos básicos para que um candidato possa prestar concurso público federal. De acordo com ela, é obrigatório:
- Ter nacionalidade brasileira;
- Gozar plenamente de todos os direitos políticos;
- Quitar todas as obrigações eleitorais e militares;
- Ter idade mínima de 18 anos;
- Ter aptidão física e mental comprovada.
No entanto, cada concurso público costuma indicar também as regras específicas exigidas para os candidatos. Essas regras levam em consideração a área de atuação e o setor, além dos históricos pessoal, profissional e educacional dos candidatos.
Quais costumam ser as regras para prestar concurso?
Veja, abaixo, alguns exemplos de regras específicas para prestar concurso:
- Nível de escolaridade exigido: normalmente, varia entre ensino fundamental, ensino médio ou ensino superior.
- Tipo de formação: muito comum em concursos específicos. Por exemplo, bacharel em Direito.
- Altura mínima e máxima: muito comum em concursos como os de Bombeiro e da Polícia Civil.
- Ação penal e passagem pela polícia: costuma ser um fator de limitação em alguns concursos públicos, não podendo o candidato se inscrever, a não ser que apresente comprovação de Reabilitação Criminal.
- Nome sujo: alguns concursos, como os de bancos, exigem que o candidato não tenha pendências financeiras.
- Experiência profissional: pode-se pedir que os candidatos comprovem experiência em algumas áreas, como os concursos para a área da Justiça.
- Candidato aposentado: em geral, podem prestar concursos públicos os aposentados pela rede privada. Já os aposentados pela rede pública só podem prestar concurso para algumas áreas.
- Candidato demitido: em caso de demissão de serviço público, o candidato precisa esperar 10 anos para poder prestar concurso novamente.
Para saber quais são as exigências específicas do concurso do seu interesse, é muito importante estar atento ao Edital. É neste documento que ficam organizadas todas as informações relevantes para o processo seletivo, inclusive quem poderá participar dele.
Qual a melhor área para prestar concurso?
Não é possível determinar a “melhor” área para prestar um concurso público, já que as vagas, a remuneração e o tipo de trabalho variam muito, mesmo dentro de uma única área.
Por isso, a opção mais indicada é que o candidato avalie as suas competências, seus interesses e suas habilidades pessoais, e então decida qual é a área em que ele está mais preparado ou disposto a ingressar.
Abaixo, separamos as 8 principais áreas para prestar concurso, bem como suas principais funções. Dê uma olhada e decida a melhor para o seu perfil!
1. Bancária
A carreira bancária é uma das principais portas de entradas para concurseiros que querem passar pelos seus primeiros processos seletivos. Isso acontece porque ela contempla diferentes níveis de escolaridade, o que torna os concursos mais acessíveis.
Se você tem interesse pelo setor administrativo ou financeiro, esta pode ser uma boa área de atuação. Algumas de suas características são:
- Remunerações mais altas;
- Horário de trabalho reduzido;
- Exigência de conhecimentos sobre mercado financeiro, matemática, raciocínio lógico e informática;
- Conhecimentos em legislações específicas do setor.
2. Educação
A carreira focada no setor de Educação não costuma ser uma das mais procuradas pelos concurseiros em geral, embora seja o principal interesse de quem deseja seguir a vida acadêmica e atuar como professor de escolas ou universidades públicas.
Outras funções possíveis são:
- Cargos de Diretoria;
- Cargos de Coordenação;
- Suporte e assistência a alunos;
- Inspetores escolares.
A remuneração dos concursos de Educação tende a ser baixa, principalmente se comparada a outros concursos públicos. Além disso, é comum que os candidatos tenham que comprovar formação superior em cursos específicos, além de tempo de experiência.
Nos concursos de Universidades Públicas, não é incomum que os candidatos devam apresentar também, além da graduação, uma pós graduação strictu sensu, isto é, mestrado e/ou doutorado.
3. Policial
Os concursos para quem deseja seguir carreira policial também contemplam mais de uma área de atuação. São elas:
- Polícia Militar;
- Polícia Civil;
- Polícia Federal;
- Polícia Rodoviária Federal;
- Polícia Legislativa.
Os cargos têm diferentes atribuições, mas não costumam exigir conhecimentos em uma área específica — exceto no caso do Delegado que, embora faça parte da carreira policial, costuma prestar concurso público na área Jurídica.
Uma característica comum desses concursos é exigir uma alta aptidão física dos candidatos, que devem se submeter a exames de resistência.
4. Militar
A carreira militar contempla o Exército, a Marinha e a Aeronáutica. São os concursos que mais costumam ter limitações de candidatos, uma vez que exigem características específicas — peso, altura, aptidão física, idade etc.
Os concursos nessa área contemplam os níveis médio e superior e não costumam exigir formação específica, exceto para os cargos mais altos. Por isso, são o objetivo de diversos concurseiros pelo Brasil.
5. Jurídica
As carreiras jurídicas são o foco dos bacharéis de Direito interessados em atuar em áreas além da advocacia. Assim, ela inclui cargos como:
As atividades variam de acordo com os cargos, e, em alguns casos, a atuação pode se dar no âmbito municipal, estadual ou federal.
Esta é uma área bastante procurada graças aos benefícios e aos altos salários, e uma das mais reconhecidas socialmente.
No entanto, para prestar concurso público para a área jurídica, é necessário comprovar a graduação em Direito, além de aprovação na OAB e experiência na área.
6. Tribunais
O concurso para Tribunais também pode fazer referência a diferentes áreas de atuação, e o candidato pode trabalhar com questões administrativas ou judiciárias. Dentre as possíveis áreas, estão:
- Tribunais Regionais do Trabalho;
- Tribunais Regionais Eleitorais;
- Tribunais Regionais Federais;
- Tribunais de Justiça.
Os candidatos interessados em qualquer uma dessas áreas trabalharão dentro de tribunais e podem atuar em diferentes setores. Os cargos tendem a ser bem remunerados e as vagas contemplam tanto o ensino médio quanto o ensino superior.
7. Administrativa
A área administrativa costuma ser bastante procurada por pessoas que querem prestar concurso público graças ao grande número de vagas e às baixas exigências específicas.
Em geral, os concursos abrangem diferentes níveis de conhecimento, além de não ser comum se exigir um curso específico para as vagas de nível superior. Isso faz com que um maior número de pessoas se adeque ao concurso e possa passar pelo processo seletivo.
A área é indicada sobretudo para pessoas interessadas em cuidar de processos importantes para o funcionamento das instituições públicas, atuando em logística, gestão de pessoas ou vendas, por exemplo.
8. Saúde
Os concursos públicos para a área da saúde contemplam uma série de diferentes profissionais além dos médicos, como:
- Enfermeiros;
- Nutricionistas;
- Farmacêuticos;
- Psicólogos; etc.
Eles exigem formação na área e podem contemplar o nível técnico e o nível superior. Assim, são uma boa oportunidade para quem ainda não cursou uma graduação, mas já atua no setor de saúde.
Os profissionais podem trabalhar tanto no atendimento aos pacientes quanto no setor administrativo, elaborando medidas de melhoria da atenção primária.
Como decidir a área certa para prestar concurso?
Um candidato que deseja prestar concurso público pode escolher entre muitas áreas de atuação. Como não é possível definir a melhor delas, já que a remuneração e as atividades variam muito dentro de cada área e setor, a melhor maneira de saber como escolher uma profissão é investigando as suas aptidões particulares.
Isso significa que uma pessoa deve prestar concurso para a área com a qual ela já tem afinidade. Isso porque o processo de estudo e preparação pode ser facilitado, e há mais motivação para mantermos o foco quando trabalhamos com algo que nos desperta interesse.
Assim, o candidato pode avaliar pontos como:
- Disciplinas com as quais têm mais facilidade (português, informática, Direito…);
- Habilidades e competências que já desenvolve ou gostaria de desenvolver (raciocínio lógico, resolução de problemas, trabalho em equipe…);
- Tipo de função que deseja desempenhar (administrativa, de atendimento ao público, de segurança…).
Também é importante levar em consideração as exigências específicas de cada concurso. Se o candidato deseja atuar na área Jurídica, por exemplo, é essencial que tenha — ou se disponha a ter — um diploma como bacharel de Direito.
Desse modo, será mais fácil definir a área certa para prestar concurso e também evitar frustrações, tanto no momento de leitura do edital quanto ao longo do processo de estudo para as provas.
Quanto ganha uma pessoa que passa em um concurso público?
Os salários dos concursados podem variar muito, a depender da área de atuação e da vaga para a qual a pessoa foi aprovada. De modo geral, no entanto, esses valores tendem a ser maiores do que os de funcionários do setor privado.
Observe, abaixo, alguns exemplos de cargos e seus respectivos salários iniciais:
- Enfermeiro: R$5.000,00
- Médico: R$6.900,00
- Promotor: R$32.000,00
- Policial Civil: R$4.600,00
- Policial Militar: R$3.800,00
- Assistente administrativo: R$2.600,00
- Professor adjunto: R$5.500,00
- Técnico bancário: R$3.000,00
Vale lembrar que esses valores podem mudar de acordo com o concurso, a região, a qualificação do candidato etc. Por isso, atente-se sempre ao edital!
5 motivos para prestar concurso público
Se você ainda está em dúvida sobre prestar ou não um concurso público, a equipe LGF separou 5 motivos que podem te ajudar a entender por que a carreira como servidor é uma boa opção. Confira!
- Estabilidade financeira;
- Remunerações mais altas;
- Processo democrático;
- Não há, em regra, necessidade de experiência prévia;
- Benefícios extras.
1. Estabilidade financeira
O primeiro e mais repetido motivo para as pessoas que pensam em prestar concurso é este: a estabilidade financeira.
Afinal, um concursado não pode perder um emprego com a mesma facilidade que um funcionário do setor privado, o que lhe garante mais segurança.
Além disso, quando falamos em estabilidade financeira, incluímos também a impossibilidade de reajustes salariais que diminuam a compensação dos funcionários. No setor privado, quando a empresa “vai mal”, os profissionais podem ter seus salários cortados ou reduzidos; no público, isso não acontece.
2. Remunerações mais altas
Na maior parte dos casos, as remunerações do setor público também são melhores do que as do setor privado. Principalmente quando falamos de funcionários de bancos, da área jurídica e da área de segurança, observa-se uma valorização maior do profissional.
No entanto, em alguns casos, o setor privado pode oferecer uma possibilidade de crescimento mais acelerado, que se reflete em salários maiores. Um exemplo é a área administrativa e a área educacional.
3. Processo democrático
O processo de seleção para um concurso público é transparente e democrático, ao contrário do que acontece com processos de contratação em um setor privado. Afinal, todos os candidatos têm acesso à mesma prova e à mesma avaliação anônima.
Além disso, é possível que os candidatos entrem com recursos, questionem suas notas, acessem a lista de classificados e acompanhem o desempenho de seus concorrentes.
Dessa maneira, o processo de seleção se torna muito mais acessível a todos, o que reduz as chances de fraudes ou de indicações.
4. Não há, em regra, necessidade de experiência prévia
Para grande parte dos concursos públicos, não há necessidade de comprovação de experiência prévia. Isso faz com que eles sejam uma boa oportunidade sobretudo para os recém-formados, que podem ingressar no mercado de trabalho sem passar por um processo seletivo nos moldes do setor privado.
A falta de experiência é, em geral, compensada com um treinamento interno no setor. No entanto, para áreas mais específicas, como as de educação ou as jurídicas, é necessário comprovar atuação na área.
5. Benefícios extras
Os funcionários do setor público têm acessos a todos os benefícios previstos em lei para a CLT. No entanto, devido à estabilidade da carreira, também passam a ter acesso a benefícios sociais e financeiros “extras”.
Um exemplo bastante comum são os cartões, financiamentos e empréstimos consignados, que tendem a ser limitados para esse público e oferecem condições de pagamento muito melhores.
Pergunte ao especialista: As 19 dúvidas mais comuns de quem presta concurso público!
Como prestar concurso gera diversas dúvidas aos estudantes e até a alguns já aprovados nas provas, o Procurador da República, ex-Juiz Federal e professor da LFG, Edilson Vitorelli dá uma série de respostas para explicar os questionamentos mais frequentes dos concurseiros.
1. Quais são as vantagens de se passar em um concurso público?
Se você pensa puramente pelo ponto de vista da carreira, a grande vantagem de passar em um concurso público é a estabilidade.
“O servidor público terá um padrão de vida com tranquilidade em momentos de crises, como estamos vivendo agora”, revela Edilson. O professor cita, ainda, que nenhum servidor público foi demitido por conta da crise atual, enquanto 14 milhões de trabalhadores privados estão desempregados.
2. Como faço para me inscrever em um concurso público?
O edital de cada concurso especifica as formas de inscrição. Na maioria das vezes, podem ser feitas somente por meio do site da organizadora, mas alguns concursos também abrem a possibilidade para que as inscrições sejam feitas em agências bancárias ou Correios. Nesses casos, o edital traz a lista de endereços.
Quando o concurso é municipal, os candidatos também podem se inscrever nas prefeituras e câmaras municipais, entre outros órgãos autorizados pela administração.
3. Quais informações estão no edital de um concurso?
Todos os editais trazem informações sobre os requisitos exigidos para os cargos, incluindo:
- Idade;
- Nível de escolaridade;
- Tabela de cargos e vagas com os respectivos salários e jornada de trabalho;
- Taxas e formas de inscrição;
- Como obter isenção ou desconto no pagamento da taxa de inscrição;
- Documentação exigida na inscrição e na data da posse e informações sobre as provas.
Caso não constem datas, locais e horários, o edital informa também quando esses dados serão divulgados, bem como o conteúdo das provas, número de questões e peso de cada disciplina, formulários para entrada de recursos e descrição dos cargos.
Muitas organizadoras também incluem no final do edital, ou em anexo, um quadro com o cronograma geral de todo o processo seletivo. O mesmo pode ocorrer também com a tabela de cargos.
4. Onde encontro o conteúdo das provas?
O conteúdo programático do exame geralmente está na parte final dos editais. Os regulamentos separam as disciplinas previstas nas provas por níveis de escolaridade ou por cargos. Outros trazem ainda indicações bibliográficas (livros e artigos recomendados para estudo).
É importante para o candidato verificar o peso das provas e das disciplinas, além do número de questões de cada exame para programar o estudo.
5. Fiz a inscrição para um cargo para o qual não tenho a escolaridade exigida. Posso obter a devolução da taxa?
Geralmente as organizadoras dos concursos não se responsabilizam por esse tipo de erro e não devolvem o valor da taxa. Por isso, é importante para o candidato ficar atento à escolaridade mínima exigida para o cargo.
As escolaridades exigidas vão desde ensino fundamental incompleto até superior completo. Um candidato que tenha nível superior e se interessa por uma vaga de nível médio pode prestar o concurso para a oportunidade. Mas quem tem nível médio não pode prestar concurso para nível superior.
6. Se ainda não completei 18 anos posso prestar concurso público?
A maioria dos editais exige que os candidatos tenham 18 anos completos na data da posse. Mas podem ocorrer concursos que exijam essa idade mínima até o prazo final das inscrições.
Essa especificação fica nas seções de inscrições ou requisitos para o cargo do edital.
7. Como consigo saber o prazo de homologação e convocação para as vagas?
Os editais trazem a validade do concurso, que pode ser de até dois anos, a contar da data da publicação da homologação do resultado final, podendo ser prorrogada por igual período.
Portanto, se a validade for de dois anos, prorrogáveis por mais dois, os candidatos aprovados podem ser chamados em até quatro anos.
Os órgãos públicos podem se reservar o direito de admitir o número total ou parcial dos candidatos aprovados em relação às vagas relacionadas no edital.
8. Estou com meu nome sujo no SPC, Serasa e no Banco Central. Eu posso fazer concurso público e ser contratado caso seja aprovado?
O registro nos órgãos de proteção ao crédito não é impeditivo para tomar posse em cargo público.
Relembrando, os requisitos básicos para a investidura em cargo público são:
- Idade mínima de 18 anos;
- Escolaridade compatível com o cargo;
- Pleno gozo dos direitos políticos;
- Estar quite com as obrigações eleitorais e militares (no caso do homem);
- Nacionalidade brasileira;
- Aptidão física e mental;
- Entre outros, conforme a natureza e a complexidade do cargo — tudo expresso na lei que criou ou reestruturou a carreira.
9. Pessoas com mais de 65 anos podem fazer concurso?
A idade limite para ingresso no cargo ou emprego público é, em regra, 70 anos incompletos (para homens e mulheres), sendo essa a idade para aposentadoria compulsória com provento proporcional ao tempo de contribuição.
Em cargos de ministro de tribunais superiores e do TCU, por exemplo, a idade máxima para ser investido é de 65 anos.
10. Gravidez pode impedir a posse?
Não. A grávida aprovada em concurso público e nomeada tem direito à posse normalmente.
11. Como escolher o melhor concurso para prestar?
A escolha pela carreira pública que deseja seguir deve ser pautada, inicialmente, em três aspectos:
- A base educacional que possui;
- O tempo em que deseja alcançar o resultado;
- E, por fim, a aptidão para o serviço.
1. Base Educacional
Pessoas que tiveram uma base educacional forte, ou seja, se dedicaram bastante durante o período escolar ou faculdade, podem mirar mais alto desde o início.
Já os que não se dedicaram tanto e agora pretendem passar em um concurso público terão que se dedicar com mais intensidade para conseguir uma aprovação.
2. Tempo para obter o resultado
O tempo de preparação necessário à aprovação em concurso público é uma dúvida da maioria dos candidatos.
Embora seja impossível estimar com precisão, a boa notícia é que, com bastante estudo e dedicação, todas as pessoas podem conseguir a aprovação no concurso que desejam. A média para ser aprovado varia, normalmente, entre 2 e seis anos, dependendo do cargo que se almeja e da frequência de estudos.
3. Aptidão
Por fim, é importante que a pessoa se interesse pela carreira que deseja trilhar. Passar em um concurso público não é o fim, mas o início de uma vida profissional.
Por isso, é fundamental ter interesse pela profissão. Se o candidato gosta de Direito Penal e Processo Penal, por exemplo, prestar um concurso para Delegado pode ser uma ótima opção.
12. É recomendado prestar mais de um concurso ao mesmo tempo?
Sim. O professor da LFG, Edilson Vitorelli, recomenda que os alunos tenham um foco de estudo, mas não um foco de prova.
“É importante que o aluno estude focado em algum concurso, mas isso não significa que ele precise prestar apenas aquele concurso. Quem estuda para o MPF, por exemplo, pode perfeitamente prestar concursos para Juiz Federal, Advogado da União ou Procurador da Fazenda Nacional, pois a maior parte das matérias estarão englobadas”, explica o professor.
13. Como começar a rotina de estudos?
A maneira de iniciar a rotina de estudos para concursos públicos dependerá de onde a pessoa está partindo.
“Não existe uma fórmula única para uma pessoa estudar. De modo geral, recomendo que os candidatos comecem fazendo um cursinho, pois prepara o aluno para as provas e foca os estudos no que se deve fazer para passar em um concurso público”, explica o professor.
“Os cursos preparatórios possuem um modelo de estudo amplo e mais detalhado”, conta Edilson.
14. Qual é o perfil de pessoas que mais têm sucesso nos concursos públicos?
Edilson Vitorelli explica que a pessoa que tem mais sucesso em concursos públicos é aquela que estuda mais.
“O Direito, ao contrário de outras carreiras, não demanda um talento predefinido. Se você tem uma habilidade para desenho, por exemplo, você poderá usar esse talento para ter uma ótima carreira como arquiteto.
Já no Direito não existe essa habilidade nata que vá te ajudar. O aprendizado depende de quantas horas você consegue estudar e quão bem você absorve a matéria que você estudou. Por isso, quanto mais você estuda, mais sucesso você terá nos concursos públicos que prestar”, explica o professor.
15. Os candidatos devem estudar nos dias que antecedem a prova?
“Recomendo muito”, diz o professor Edilson Vitorelli. Os candidatos devem manter os estudos nos dias que antecedem a prova, porém com menos intensidade do que normalmente fazem.
“Considero muito construtivo, na véspera das provas, estudar fazendo resumo, releitura dos próprios resumos e a resolução de questões. Isso ajuda o aluno a entender como o tema é perguntado sobre um conhecimento que ele tem”, diz Edilson.
16. O que é permitido levar para a sala de prova?
Depende do concurso, pois cada edital define de um jeito e o aluno deve consultá-lo para não ter problemas na hora da prova.
“Tem editais, como o da AGU, por exemplo, que não permitem levar nem mesmo biscoitos dentro da embalagem. É preciso tirar o conteúdo e levar em algum recipiente transparente. O mesmo acontece com as canetas, que devem ter o corpo transparente sem qualquer informação escrita”, explica Edilson.
17. Como acontece a chamada e a nomeação para o cargo quando o candidato é aprovado?
O próprio edital de cada concurso estabelece essa dinâmica, mas geralmente o candidato aprovado recebe uma carta dando a notícia e convocando-o para apresentar toda a documentação e receber a nomeação.
“Por isso é muito importante que o aluno aprovado, ainda que fora do número de vagas, mantenha o seu cadastro atualizado junto à empresa ou órgão público organizador do concurso”, recomenda o professor.
18. Tatuagem impede o candidato aprovado de tomar posse?
Uma decisão recente do Supremo Tribunal Federal declarou inconstitucional a proibição de tatuagem para candidatos de concurso público.
“Editais de concurso público não podem estabelecer restrição a pessoas com tatuagem, salvo situações excepcionais, em razão de conteúdo que viole valores constitucionais”, foi a tese de repercussão geral fixada.
19. Vale a pena estudar para concursos, mesmo com a crise e a redução do número de concursos?
O professor acha que vale a pena estudar para concursos públicos, pois considera esse um empreendimento de longo prazo. “Ninguém estuda hoje para passar em um concurso amanhã. Quem está começando a estudar hoje, em média, estará preparado para passar daqui a dois, três ou quarto anos, dependendo da vaga que almeja”, finaliza o professor da LFG e Procurador da República, Edilson Vitorelli.