Raciocínio Lógico é uma disciplina presente na maioria dos concursos públicos do Brasil, por isso merece atenção especial dos candidatos que desejam ser aprovados nas provas.
Assim como estudar matemática, o Raciocínio Lógico também exige cuidado especial e a utilização de ferramentas mentais diferentes daquelas que utilizamos para estudar outras disciplinas como direito e língua portuguesa, por exemplo.
O Engenheiro, mestre em estatística e professor de Raciocínio Lógico para concursos da LFG, Marcelo Burani explica que as questões de Raciocínio Lógico nos concursos públicos priorizam a Lógica Matemática, Probabilidades, Análise Combinatória e Teoria dos Conjuntos (Diagrama de Venn).
“Eventualmente, quando o número de questões destinadas a Raciocínio Lógico é escasso, as bancas tendem a trabalhar mais de um tema em determinadas questões, como por exemplo, cobrar Diagrama de Venn e Probabilidades em uma única questão”, explica Burani.
Continue a leitura e entenda os conceitos básicos, a importância e 8 dicas de como estudar raciocínio lógico para concursos!
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O que é raciocínio lógico?
Raciocínio lógico é uma matéria e uma disciplina recorrente em provas de concursos. Mas, você sabe qual o seu significado?
Raciocinar nada mais é do que utilizar da sua racionalidade ou de uma série de linhas de pensamento para chegar a alguma conclusão, descoberta, significado ou sentido.
Lógica, por sua vez, é um termo que deriva do grego Logos e tem dois principais sentidos: o uso das faculdades de raciocínio para alguma atividade e o estudo normativo, filosófico e analítico do raciocínio válido. Neste segundo sentido, o estudo da lógica costuma ter recorrência em filosofia, matemática e ciências computacionais.
Em filosofia, o estudo da lógica aplica-se nos seguintes ramos: metafísica, ontologia, epistemologia e ética. Na matemática, por sua vez, estudam-se as formas válidas de inferência de uma linguagem formal.
Para que haja um raciocínio lógico, é necessário que existam uma premissa, uma conclusão e uma regra. A conclusão necessariamente deriva da premissa, e a regra é a abstração que se faz sobre a relação entre a conclusão e a premissa.
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Quais são os tipos de raciocínio lógico?
Dentro do campo da lógica, existem três tipos de raciocínio lógico:
- Dedução;
- Indução; e
- Abdução.
Confira a seguir:
Dedução
A dedução corresponde a utilizar a regra e uma premissa para se chegar à conclusão.
Como exemplo, podemos citar que, quando chove, as ruas ficam molhadas (regra). Hoje, choveu (premissa). Portanto, ainda que eu não tenha visto as ruas hoje, sei que elas estarão molhadas (conclusão). Isso representa um raciocínio dedutivo, comumente associado à matemática.
Indução
Por sua vez, a indução significa determinar a regra, a partir de premissas e conclusões constantes. Ou seja, a regra é absorvida e entendida a partir de exemplos reiterados nos quais percebe-se que a premissa sempre será acompanhada daquela conclusão.
Por exemplo, podemos dizer que as ruas ficaram molhadas em todas as vezes em que choveu (observa-se que da premissa, chuva, sempre decorre a conclusão: ruas molhadas). Então, se chover amanhã, as ruas estarão molhadas (regra).
Abdução
Por fim, a abdução ocorre quando o raciocínio lógico é utilizado para determinar a premissa. Ou seja, a conclusão e a regra são utilizadas para que se demonstre como a premissa explica a conclusão.
Ainda utilizando o exemplo ilustrativo da chuva, podemos dizer que, quando chove, as ruas ficam molhadas. Como as ruas estão molhadas, podemos afirmar que choveu.
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Por que o raciocínio lógico é importante?
Como o raciocínio lógico é formado por uma organização da razão que permite chegar a conclusões, ele também permite resolver problemas. Embora o raciocínio lógico se conecte à noção de cálculos, ele também envolve a habilidade cognitiva de, diante de uma situação, pensar e agir.
Assim, uma pessoa com raciocínio lógico aguçado tem a habilidade de encontrar o caminho correto para a resolução de um impasse porque ela consegue analisar a situação e extrair dela deduções, abduções e induções, completando lacunas fáticas e identificando prognósticos e resoluções.
O raciocínio lógico matemático, o mais exercitado na escola, tem valor de mercado porque é importante que a população economicamente ativa saiba resolver problemas e fazer inferências e reflexões. Mesmo quando o raciocínio lógico não fornece respostas, frequentemente ele apresenta caminhos de possibilidades de soluções.
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Conceitos básicos de raciocínio lógico
A lógica é uma ciência matemática que está intimamente relacionada com a filosofia. Um sistema lógico, por sua vez, é um conjunto de axiomas e regras de inferência que visam oficializar um argumento válido por meio de uma lógica formal.
Simplificando, a lógica é a ferramenta que devemos usar para conectar pensamentos e proposições em busca da verdade.
Dito isso, observe os conceitos de proposição e conectivos:
Proposição
É uma frase (declarada em palavras ou símbolos) que, dependendo do seu conteúdo, é considerada verdadeira ou falsa.
Um exemplo de proposição é: “As pessoas precisam de água para sobreviver.” Esta afirmação é, logicamente, verdadeira. Portanto, o valor lógico dessa proposição é que ela é verdadeira.
Em outras proposições, o valor poderia ser “falso”.
Para uma proposição p, que pode ser avaliada por um critério lógico, os valores podem ser definidos como verdadeiro (V) ou falso (F). As proposições são geralmente representadas por letras minúsculas: p, q, r, etc.
Quando a proposição P for verdadeira, podemos dizer que:
VL (p) = (V), ou seja, o valor lógico (VL) da sentença (p) é verdadeiro (V).
Existem 3 (três) princípios que você deve saber:
- O Princípio da Identidade: uma proposição verdadeira é verdadeira; uma proposição falsa é falsa;
- O princípio da não contradição: nenhuma proposição pode ser verdadeira e falsa ao mesmo tempo;
- O princípio do terceiro-excluído: uma proposição ou será verdadeira ou falsa. Não há meio termo e não existe outra possibilidade.
A proposição pode ser simples (proposição única, linear) ou composta ( estruturada de uma conjugação de proposições, ou seja, duas ou mais proposições).
Conectivos
Os conectivos são elementos de ligação correlatos a proposições compostas. Isso significa que eles existem para, no caso de proposições complexas, determinar qual a relação entre as subproposições e como isso afeta o juízo de validade da proposição macro (composta).
O conectivo “e” ( ∧ ) é denominado de conjunção. Podemos utilizar, para ilustrar: “Carolina é jovem e Ana é idosa.”
Como se pode ver, utilizamos o conectivo de conjunção “e” para construir esta espécie de proposição composta.
Em uma proposição conjuntiva a sentença só será verdadeira se ambas as proposições forem verdadeiras. Assim, no exemplo supracitado, a sentença só será verdadeira se a proposição “Carolina é jovem” for verdadeira E a proposição Ana é idosa for verdadeira.
O conectivo “ou” ( ∨ ) é denominado de disjunção. E o que vem a ser disjunção? Recebe o nome de disjunção toda proposição composta em que as partes estejam unidas pelo conectivo “ou”. Simbolicamente, representaremos esse conectivo por “∨”.
Portanto, se temos a sentença (formada pelas proposições p e q) “Carolina é jovem” ou “Ana é idosa”, teremos como representação p ∨ q (lê-se: p ou q).
Observe que uma disjunção será falsa quando as duas partes que a compõem forem falsas e nos demais casos a disjunção será verdadeira.
Como estudar raciocínio lógico para as provas?
De acordo com Burani, o ponto de partida para os candidatos que prestam concursos públicos e terão pela frente questões de Raciocínio Lógico, é investir em um curso, já que os assuntos que compõem as provas de Raciocínio Lógico não são de fácil compreensão.
“Um especialista que estruture o conteúdo e direcione os estudos torna a preparação do candidato mais eficiente. O passo seguinte, seria um trabalho forte na resolução de exercícios, acredito muito que o sucesso seja proveniente de alguma inspiração e muita transpiração”, revela o professor.
Como não errar as questões de raciocínio lógico?
O professor Marcelo acredita que os erros nas resoluções ocorrem, principalmente, por distração ou equívoco na tomada de decisão. “No segundo caso, o candidato opta por uma estratégia não aderente à proposta do problema. Por isso, mais uma vez, um bom histórico de problemas ajuda a mitigar estes erros”, explica o professor.
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8 dicas de como estudar raciocínio lógico para concursos
Para auxiliar seus estudos, preparamos 8 dicas de como estudar raciocínio lógico para concursos. São elas:
- Analise o edital;
- Defina o método de ensino;
- Treine;
- Leia o enunciado com atenção;
- Foque nos conteúdos mais cobrados;
- Reconheça padrões;
- Analise as alternativas; e
- Deixe as questões mais difíceis por último.
Confira:
1. Analise o edital
A primeira orientação é analisar cuidadosamente os conteúdos de Raciocínio Lógico que aparecem nos editais. Hoje, o que se vê na maioria dos editais é a presença da disciplina Raciocínio Lógico Matemático. Esta matéria é uma conjunção de conteúdos de Raciocínio Lógico e da Matemática Básica.
2. Defina o método de ensino
Procure um método de ensino focado em concursos públicos, priorize a relação tempo x resolução. Em outras palavras, é preciso descobrir os atalhos para se resolver uma questão de Raciocínio Lógico.
3. Treine
Para ter bons resultados é necessário treinar e muito. A dica é se apropriar dos conceitos fundamentais de cada assunto e resolver o maior número de questões até o dia da prova.
4. Leia o enunciado com atenção
O professor Marcelo Burani explica que o candidato deve ter muita atenção ao enunciado. “Apesar das provas de concurso serem longas e com pouco tempo em média para cada questão, o candidato deve procurar fazer uma leitura calma e concentrada dos enunciados, evitando que uma informação importante passe despercebida”, diz.
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5. Foque nos conteúdos mais cobrados
Alguns assuntos são sempre cobrados na maioria das bancas de concursos públicos, por exemplo: Lógica Proposicional, Análise Combinatória, Probabilidade, Conjuntos e Raciocínio Lógico Quantitativo.
Começando por esses assuntos, o candidato tem uma excelente chance de não ser pego de surpresa com a publicação de um edital que contenha Raciocínio Lógico entre as disciplinas.
6. Reconheça padrões
Burani destaca a importância de o candidato ter um bom histórico de exercícios resolvidos, pois o modelo lógico-matemático dos problemas tende a se manter.
“As modificações muitas vezes ocorrem apenas no contexto, ou seja, na situação prática envolvida. Deste modo, se o candidato já resolveu muitos exercícios ao longo de seus estudos, ele provavelmente associará a questão da prova a um exercício anterior que tenha apresentado a mesma estrutura, assim a resolução se tornará mais rápida e precisa”, explica o professor.
7. Analise as alternativas
É preciso analisar a questão e saber quais são os dados e as informações mais relevantes. Algumas vezes, determinadas questões são resolvidas por uma análise das alternativas, em que se percebe que estão erradas ou simplesmente é impossível ser aquela a resposta.
8. Deixe as questões mais difíceis por último
Se houver uma questão muito difícil ou fora do padrão, o professor sugere que o candidato deixe para resolver no final da prova. No entanto, aconselha que o concursando pondere para não deixar muitas questões para o final.
“O candidato deve deixar para o final apenas aquelas questões que realmente prejudicarão o andamento da prova”, finaliza o professor.
Gostou de saber mais sobre raciocínio lógico? Aproveite as dicas apresentadas e arrase nas provas! Agora, que tal conferir o nosso conteúdo com 18 dicas de estudo para melhorar seu rendimento na prática?
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